A tarifa do transporte coletivo urbano em Venâncio Aires foi reajustada em 10,43% e passou de R$ 2,90 para R$ 3,20. O novo valor está sendo cobrado desde a terça-feira, dia 1º, conforme decreto publicado pela Administração Municipal.

De acordo com Adalberto Hamester, que é sócio-proprietário da empresa responsável pela prestação do serviço no município – a Chimatur Transportes Coletivos -, o reajuste considera a elevação de impostos, os custos com combustível e funcionários, a diminuição do número de passageiros e também a elevação da quantia de usuários com direito à gratuidade, que são os idosos a partir dos 65 anos e as pessoas com deficiência. O percentual passou de 3,63% para 12,17% nos últimos dez anos.

Atualmente, segundo Hamester, a empresa conta com 11 ônibus e a elevação da tarifa se faz necessária para manter a qualidade do serviço, sendo o faturamento obtido em 2015 praticamente inviabilizou a renovação da frota.

Considerados os custos atuais, o empresário afirma que o valor mais correto para a tarifa deveria ser em torno de R$ 3,80, o que considera inaplicável e injusto com o usuário, que não é culpado pelo momento de crise econômica. Por outro lado, diz que um bom valor a ser aplicado seria por volta de R$ 2,50. “Daí, talvez, mais pessoas andassem de ônibus, só que infelizmente não há como.”

MENOS PASSAGEIROS

Ao longo dos anos, Hamester aponta uma gradativa redução de usuários do transporte coletivo urbano. “De 2005 a 2015, o número de passageiros caiu 40%. Então, muitas vezes, a passagem aumenta não só por causa do aumento de impostos, mas sim, muito, pela queda do número de usuários. Porque o governo federal incentivou o transporte individual, por meio da compra de veículos automotores, principalmente motos.” Somente m 2015, comparado ao ano anterior, diz que a queda é de 14%.

O empresário salienta que essa queda acontece em todo o Brasil. “São vários os motivos. A infraestrutura que os municípios oferecem é muito precária, que seriam as paradas de ônibus com abrigos. Aqui em Venâncio, só para ter uma ideia, nós temos, hoje, uma parada que possibilita carregar decentemente um cadeirante, que é a parada da antiga rodoviária velha. Nas outras paradas, não há como, não existe calçamento e abrigo. Então, isso dificulta bastante. As pessoas preferem fazer uso de outros meios de locomoção.”

Conforme o engenheiro civil da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), Gerson Campos, o processo para definição do reajuste tem como base uma planilha de dados apresentada pela empresa, que é analisada pelo Município para a concessão do reajuste com base no índice de Passageiros por Quilômetro (IPK).