O acidente de trânsito ocorrido no domingo, 27, por volta das 18h10min, no trevo da rodovia RSC-287, interligado com o Acesso Dona Leopoldina, gerou protestos na sessão ordinária da Câmara realizada na segunda-feira à noite, 28. Resultaram como vítimas fatais do acidente Hervino Walter Kern, de 61 anos, e Anaurelina Hansel, mais conhecida como´Ina`, de 72 anos.
O presidente da Câmara Telmo Kist (PDT) lembrou que ´Ina` era sua vizinha. “Estas pessoas morreram de uma forma cruel e brutal num trevo pelo qual lutamos há anos para o fechamento de uma rótula. A concessionária enriqueceu com o pedágio e não tem dinheiro para fechar uma rótula dada a importância de Venâncio Aires. Até quando vamos aguentar? Agora eles vão perder o pedágio e será o Estado quem vai administrar”, desabafou.
Kist solicitou aos vereados José Cândido Faleiro Neto e Vilson Gauer, da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) e que são ligados ao governador do Estado Tarso Genro, para que intercedam politicamente para que a rótula seja fechada, evitando assim que ela continue matando mais pessoas. Lembrou que é um número incontável de pessoas que perderam a vida naquele trevo. “A gente faz reunião com o pessoal da Santa Cruz Rodovias e com a Univias e estas concessionárias não investem um centavo em trevos”, frisou. Kist lembrou ainda o trevo de acesso à vila Battisti, na rodovia RSC-453, e que o mesmo acontece no acesso ao bairro Brands. “Conversamos com o Daer que apenas afirmou que enquanto não se resolver o problema com quem ficam os pedágios, não serão feitos investimentos nos trevos. Já faz muito tempo que estão enrolando Venâncio Aires com as promessas de construção das rótulas e as obras não saem. Fico muito triste porque o Município não merece o tratamento que recebe. Fico frustrado porque no sábado pela manhã, o presidente desta nova empresa que vai administrar os pedágios afirmou que não tem recursos para investimento. Mas a empresa ainda nem começou a operar. Estão tirando uma empresa que não faz investimentos e vão colocar outra que também não vai fazer nada”.
Celso Krämer (PTB) colaborou com Kist afirmando que um morador às margens da RSC-287 tem dificuldades em colocar canos no bueiro localizado no acesso à sua propriedade. O morador está tentando a liberação há um ano e meio, e não está conseguindo. “Imagina então se vão fazer obras nos trevos”, observou. Reconheceu e afirmou que Kist tem lutado muito pelas melhorias nos trevos e que as concessionárias somente recolhem, ou seja, levam o dinheiro.
Vilson Gauer (PT) afirmou que é um tema importantíssimo pois é dever do Estado e da sociedade zelar pelos seus e qualquer pessoa. Mesmo não sendo especialista, afirmou que é um absurdo a situação do trevo onde muitas pessoas já perderam as suas vidas. “A questão do trânsito é de nível de governo e de sociedade e preciso ser debatido pois é inadmissível que se percam vidas dia após dia porque falta planejamento e investimentos em infraestrutura”, salientou.
José Ademar Melchior (PMDB) exemplificou que todos os trevos ou entradas de cidades localizadas ao longo da rodovia BR-101 tem rótula. Além disso, observou ele, parece que Venâncio Aires não se preparou para o crescimento, principalmente do lado leste, e criticou o acesso ao Distrito Industrial, que obriga os motoristas a transitarem praticamente um quilômetro a mais para acessar as indústrias lá localizadas. No local, segundo Melchior, era tão fácil a construção de uma rótula e fez alusão também ao trevo da Coronel Brito, onde praticamente é impossível atravessar no fim do dia ou em horários de maior pico. “Por quanto tempo a concessionária explorou o pedágio e nada fez até hoje?”, questionou. Melchior se colocou à disposição de Kist para numa reunião com a nova empresa, acompanhá-lo e lutar para o fechamento das rótulas.
Por fim, Gerson Ruppenthal (PDT) completou como é difícil dialogar com as concessionárias e igualmente se dispõe a acompanhar Kist nos encontros com a nova administradora dos pedágios e lutas que ele irá empunhar.