O PT ainda se sente como parte da base governista?Olha, eu sou o vice prefeito. Nós ganhamos uma eleição juntos, duas aliás. E houve uma expectativa muito grande perante à comunidade que não houvesse um desentendimento como nos governos passados acontecia.
A comunidade pode ser prejudicada com esses atritos?Existe sim uma força de vontade para que a comunidade não seja prejudicada com os desentendimentos políticos. Estamos todos dentro de um avião, e o piloto deste avião é o prefeito.E nós temos que torcer para que ele vá bem, pois se não todos podem ir mal. Cabe a gente fazer autoavaliação muito crítica, que todos nós comentemos algumas falhas.
Você ainda busca um entendimento?Ainda busco. Mas gostaria que o prefeito me dissesse se ele ainda quer o entendimento e se o PDT quer o entendimento. Se os partidos aliados querem o entendimento. O PT pediu essa reunião buscando esse entendimento. Se depois não tiver tudo bem.
Acredita que haja algum jogo político para que o PT deixe o governo?Parece que tem gente empurrando a gente para fora do governo. Na verdade, a comunidade tem feito sua avaliação e assistido os cenários. Acho que nós precisamos ser muito realistas, que precisamos tomar uma atitude. Dar uma passo à frente, discutir a relação.
Qual foi o ponto inicial que desencadeou esse impasse?é um acumulo. Não dá para dizer um momento em especial. Sei que a gente assumiu compromisso no primeiro mandato, no segundo mandato, e eu tenho minha consciência tranquila. Não existe dar uma abraço sem dar um de volta. Não existe aperto de mão se o outro não aperta.
Quais são as consequências se continuar sem diálogo?Estou com a consciência tranquila e acho que a população está fazendo sua avaliação. Há uma turbulência muito forte por ser um ano eleitoral e nós tivemos candidaturas a deputado, eu fui candidato. Sou vice-prefeito. Acho que isso também foi um dos motivos que causou toda essa polêmica e causou todos esses cenários. Pensava que depois das eleições pudéssemos recompor a razão, mas vejo que essa equação não se deu como imaginava.
Acredita que as eleições 2016 estejam como pano de fundo desta situação?Depois de dois mandatos que cumpri e fui como vice, o que é líquido e certo é que ele [o prefeito] não pode ser mais candidato. E acho que aí esta o ponto da questão. Aí, sim, o vice-prefeito se coloca como uma das futuras possibilidades. Mas acho que isso vem antecipado, um pouco, essa discussão política.
Hoje, qual é a relação prefeito e vice? Vocês conversam, discutem, pensam Venâncio?Eu e o prefeito sempre tivemos boa relação, conversamos. Hoje [sexta-feira] mesmo falamos sobre alguns projetos. Mas há muitas forças ocultas trabalhando e manobrando cenários políticos e não precisaria ser dessa forma.
Tem uma força para quebrar PDT e PT?é bem claro isso. Temos percebido que tem interesse para que essa aliança não vá até o fim. Mas que da minha parte buscamos e quero ter a consciência de que busquei um entendimento até o último minuto.
Como você vê a situação diante de serem a única aliança que conseguiu reeleição?De fato, é a primeira vez que um vice concorre com o prefeito duas vezes. Acho que isso também precisa ser avaliado.
Temos mais um ano pela frente até a próxima eleição. é possível levar essa situação até lá?Para isso precisa ter atitude. Quero saber do prefeito se ele quer que o PT continue sendo situação ou oposição. Gostaria que ele se manifestasse. Pois eu sou vice-prefeito e gostaria de ajudar o piloto a pilotar esse avião.