O deputado estadual Mário Jardel (PSD) teve o mandato suspenso pelo Tribunal de Justiça. A medida atende um pedido do Ministério Público que investiga o parlamentar por cinco crimes, entre eles, lavagem de dinheiro, peculato, concussão e falsidades documentais. A operação Gol Contra, deflagrada na manhã de hoje pelo MP, realizou busca e apreensão no gabinete do parlamentar, na residência dele, de sua mãe, do irão além do endereço do Chefe de Gabinete Roger Antônio Foresta, e das assessoras fantasmas Ana Bela Menezes Nunes e Flávia Nascimento Feitosa.As investigações do MP são coordenadas pelo Promotor de Justiça Flávio Duarte com apoio do Sistema Integrado de Investigação Criminal (SISCrim) e do Centro de Apoio Operacional Criminal. Segundo as investigações, Jardel era o principal beneficiário e o Advogado Christian Vontobel Miller – assessor lotado na AL- seria o mentor de uma série de fraudes e falsidades contra a Administração Pública, além de lavagem de dinheiro, com o envolvimento de vários outros servidores, como, por exemplo, Roger Antônio Foresta, arrecadador dos valores exigidos dos demais funcionários do gabinete, da liderança ou da bancada do PSD, e Ricardo Fialho Tafas, que orquestrou o desvio de verbas publicitárias. Durante as investigações foram detectadas diversas diárias de viagens e indenizações por utilização de veículo irregulares. Seus assessores simulavam viagens para cidades do litoral norte gaúcho e, o ressarcimento de R$ 2.738,32, foi utilizado para pagar os aluguéis da casa da mãe e do irmão de Jardel. Além disso, o parlamentar utilizava recursos da AL para financiar viagens particulares.O Deputado também é apontado por contratar funcionários fantasmas e exigir parte dos salários de todos os assessores nomeados, de, no mínimo, R$ 3 mil, além dos valores das diárias e indenizações veiculares. Um deles pediu exoneração e informou, no pedido feito à AL, que o Deputado passou a demandar dinheiro. Depois disso, Jardel passou a não receber mais em mãos os valores, recomendação dada pelo Advogado Christian Miller. A arrecadação passou a ser feita pelo Chefe de Gabinete, Roger Antônio Foresta. Prática semelhante era praticada pelo ex-deputado Diógenes Basegio (PDT). O deputado renunciou ao mandato poucos dias antes do plenário da Assembleia Legislativa votar um processo de cassação do parlamentar.
SUSPENSãONo pedido de suspensão do exercício da função pública entregue ao Tribunal de Justiça, o Chefe do MP, Marcelo Dornelles, ressalta que as investigações “demonstram o exagerado apego do Deputado Estadual Mário Jardel Almeida Ribeiro a toda e qualquer possibilidade de lucrar às custas dos servidores comissionados e, de modo indireto, do erário”. O TJ solicita a suspensão do mandato pelo período de 180 dias e será analisada pela procuradoria da AL que deve se posicionar hoje. Durante coletiva de imprensa, no final da manhã de hoje, o presidente da AL, édson Brum, não se pronunciou sobre o fato e disse que o caso será analisado pela Corregedoria da Comissão de ética.
*Com informações Ministério Público e Assembleia Legislativa