Fernando Veiga, 23, de Venâncio Aires, e Adriano Freitas, 30, de Encruzilhada do Sul, são um casal homoafetivo. Se amam, se desejam, se cuidam e planejam o futuro como qualquer outro. No entanto, diferente de muitos, eles não se tocam em público, pois temem que seus carinhos possam ser considerados ofensas. Na rua, nem as mãos se cruzam. Em meio a pressão da sociedade, apenas os olhares – embora tímidos – se encontram. Assim, convivem há quase três anos.
Mesmo que ainda existam pessoas que insistam em ‘excluir’ casais gays, eles não ligam. Porque o apoio familiar, eles têm. Enquanto na rua são apontados como, muitas vezes, pessoas com transtornos psicológicos, em casa são queridos e amados como pessoas normais. E eles são. é, somente, entre amigos, pais, irmãos – e na intimidade -, que conseguem se tratar como namorados e não porque querem, mas porque são impedidos. “Muitas vezes somos tidos como uma posição que quer afrontar, mas não é isso”, diz Fernando.
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Desde pequeno, como observa Fernando, aprendemos que existe o bem e o mal, o branco e o negro, o certo e o errado. “Somos seres complexos, não devemos nos rotular.” Por isso, ele defende que as pessoas tem que aprender a se aceitar e aceitar o próximo. “Têm muitas crianças gays e lésbicas se descobrindo e os pais têm que olhar com amor para eles. Só assim, a partir disso, que o mundo não será tão violento com eles” e acrescenta: “a nossa sociedade marginaliza, ela violenta e mata as pessoas que não se aproximam da ‘tradicional’ sociedade.”
O pai de Fernando, por exemplo, era sargento do quartel, um homem com pensamento ‘tradicional’, mas, até o último dia de vida apoiou ele. Afinal, ser homossexual não é uma escolha, é a situação sexual de cada pessoa. E, para amar, não importa se é gordo, magro, alto ou baixo. O amor é como a situação sexual, ela simplesmente nasce.
Minha mãe enche a boca para falar da gente, mas eu sei que muitas vezes ela não é compreendida”, Fernando Veiga – Namorado de Adriano Freitas
