Com o encerramento do ano, é normal que nossos corações estejam cheios de sentimentos, que coloquemos na balança pontos positivos e negativos para que possamos traçar um 2018 com ainda mais amor, conquistas e crescimento. Para o escritor, palestrante e mestre em Neuropsicologia e liderança educadora, Eduardo Shinyashiki, 2017 foi um ano de transição e resgate de valores, assim como 2018 deve continuar sendo um momento de compaixão.
Os 365 dias foram ‘movidos’ por ações que pudessem resgatar o compromisso e comprometimento consigo e com o próximo. “Nós estamos vivendo uma transição maluca. Estamos olhando e vendo que nossos valores não estão sendo respeitados e valorizados”, diz Shinyashiki. Ao falar sobre isso, ele faz referência ao volume de notícias negativas que fizeram parte da rotina dos brasileiros. “Todas essas pessoas que foram notícia tiveram grande contribuição em aumentar o medo de não termos um futuro digno”, explica.
De acordo com o mestre em Neuropsicologia, esse fator tornou mais presente a vontade de se reconectar com aquilo que leva cada um em direção ao que deseja para a vida. “Chegou o momento em que almejamos sem perder coisas importantes da nossa vida”, destaca.
A melhor forma de prever o futuro, é criando ele
Eduardo Shinyashiki, mestre em Neuropsicologia
Para o escritor, esse foi um ano no qual fomos convidados a rever nossas relações e valores, pois todos os assuntos negativos fizeram com que percebêssemos um descompromisso com temas importantes. “Esse momento de mudança começará a ser sentido, principalmente, em cidades menores”, lembra. Enquanto muito tempo não olhamos para o nosso amigo do lado, nestes 365 dias, olhamos. “Olhamos e começamos a fazer um exercício de compaixão”, pontua Shinyashiki.
PASSAMOS A AMARMesmo que ‘amar o outro como a si mesmo’ seja um ensinamento antigo, o consultor organizacional Eduardo Shinyashiki, diz que o mundo nunca precisou tanto dessa lição sobre o amor ao próximo. “Mas também nunca tínhamos nos dado conta que ela nunca tinha sido colocada em prática”, lamenta.
Tudo isso porque as pessoas estão com dificuldade de se amar, de parar de brigar consigo mesmas, de aceitar o brilho próprio, talento e competência. “É uma aceitação incondicional de si mesmo, do seu brilho, da capacidade de se aceitar, respeitar e valorizar. Ainda hoje as pessoas estão esperando que alguém faça aquilo que ela não está fazendo consigo mesmo”, reforça
Esse dito, para Shinyashiki, nunca foi tão importante para todas as áreas. “O proprietário do estabelecimento comercial irá ser bem sucedido se colocar em prática o dito ‘amar o outro como a si mesmo’. No sentido de que se respeite e faça aquilo que você deseja que as pessoas façam para você. O atendimento que você sonha, dê ao seu cliente”, exemplifica.
Sentimento de gratidão mais presente
Ao sair pelas ruas, a reportagem da Folha do Mate abordou algumas pessoas – as destacadas na capa desta edição – e questionou sobre sentimentos que descrevessem o seu ano de 2017, entre as listadas, estava a gratidão. Sentimento que nos convida a viver uma dimensão de grandiosidade que possui um grande significado. “Muitas vezes, quando alguém faz alguma coisa pra você, a primeira coisa que dizemos é “muito obrigada”. E o que estamos fazendo? ‘Obrigado’ vem de obrigação, isso não nos remete a um sentimento de que algo grandioso aconteceu na nossa vida”, comenta. No entanto, quando lembramos da gratidão ou usamos o termo, estamos entrando em contato com algo grandioso. “O ato da gratidão, de se sentir grato, é um convite para nos reportarmos ao grandioso divino da nossa vida. Não é uma coisa ordinária, mas um sentimento de algo extraordinário”, pondera.
TECNOLOGIA
Com a tecnologia, a população está mais conectada do que nunca. Fatos são vividos como se acontecessem, de acordo com Shinyashiki, ao lado das residências. “Essas conexões estão sendo muito rápidas e estão produzindo um estimulo de viver, a empatia e o sentimento de compaixão”, destaca.
A grande quantidade de informações faz com que as pessoas estejam, cada vez mais, se colocando no lugar do outro, “porque isso significa que pode vir a acontecer algo comigo, com você, com qualquer pessoa”. Ou seja, a população está olhando para o lado e percebendo que estão todos no ‘mesmo barco’. “E que o sentimento do outro, cedo ou tarde, pode bater na minha porta”.