O ato da doação é bastante simples. Ao chegar no banco de sangue, a pessoa passa por uma triagem para saber se é apta a doar. São verificadas a pressão arterial e glicose e feita uma entrevista. Depois disso, alguns minutos são necessários para a retirada de 450 mililitros de sangue, que corresponde a menos de 10% do volume total presente no corpo.
O nascimento da menina Júlia tinha tudo para ser tranquilo, e foi. Após nove meses carregando a pequena no ventre sem complicações com a gravidez, Deise Cristiane Flores foi internada no Hospital São Sebastião Mártir para, através do procedimento de cesariana, dar luz à filha. O parto foi um sucesso e dois dias depois mãe e filha já estavam em casa.
Porém, 11 dias após o parto, Deise teve uma forte hemorragia e precisou voltar ao hospital. Devido a complicações surgidas no momento do nascimento de Júlia, a mãe precisou de mais dois procedimentos cirúrgicos e 17 transfusões de sangue. Foram 15 dias de internação, alguns deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A transfusão de sangue foi o que salvou a vida da serviços gerais de apenas 29 anos. Não fosse isso, Deise deixaria sem a presença materna as filhas Elen, de 14 anos; Bruna, de 8; e a recém-nascida, Júlia. “Só tenho a agradecer a ajuda da equipe do hospital, hoje tenho a sensação de vida nova”, conta.
Foram atitudes solidárias como a de Valmir Staffen, de 33 anos, que salvaram a vida de Deise. Doador há cinco anos, viu a importância de colaborar quando um membro da família precisou de transfusão. “Depois que meu pai precisou, notei a necessidade de doar e sempre venho”, relata.
Outra colaboradora para o recomeço de Deise foi Aline Brenner, de 24 anos. Portadora de um tipo sanguíneo raro, o “O negativo”, a vendedora é grande parceira do banco de sangue. Ela afirma que é doadora porque sabe da importância para quem precisa, e isso faz muito bem a ela. “Tenho um sangue que é sempre bem-vindo, então se Deus me deu esse privilégio eu tenho que dividir com os que necessitam”, declara.
Requisitos básicos:
– Estar em boas condições de saúde.- Ter entre 16 e 69anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos.- Pesar no mínimo 50kg.- Estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas).- Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).- Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).
Impedimentos temporários:
– Resfriado: aguardar sete dias após desaparecimento dos sintomas.- Gravidez- 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.- Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).- Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.- Tatuagem nos últimos 12 meses.- Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.- Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são estados onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses.
Impedimentos definitivos:
– Hepatite após os 11 anos de idade.- Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.- Uso de drogas ilícitas injetáveis.- Malária.
Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 14 e 15/06/2014.