Em um caderno, Paulo Inácio Fagundes, 52 anos, anota as moedas que já conseguiu e marca aquelas que ainda precisa encontrar. Essa é a forma que ele encontra para se organizar. Em alguns casos, ele coloca as moedas embaixo da folha e de lápis pinta o seu desenho. A separação é feita de acordo com os países e há várias listas para serem preenchidas.

Colecionador há mais de 25 anos, o agricultor, que é natural de Lajeado, mas reside há 47 anos em Venâncio Aires, conta que o hobby de colecionar moedas, como ele mesmo define, surgiu da curiosidade e do ‘achar bonito’ fazer isso. Depois, o interesse foi crescendo e contou com o apoio e o auxílio de um amigo que já era colecionador desse tipo de objeto.
No início, o acervo contava apenas com moedas e cédulas brasileiras. Hoje, já fazem aproximadamente dois anos que ele começou, também, a se dedicar a coleção de moedas internacionais. E mesmo sem nunca ter saído do Brasil, já tem moedas de outros 79 países. Para consegui-las, o morador de Venâncio Aires se desloca todos os anos a uma feira que ocorre no fim de março em Porto Alegre. Também na Capital, ele frequenta lojas de antiguidades para encontrar alguns modelos.

Além disso, é por meio de pesquisa e da procura por pessoas que já fizeram ou pretendem fazer alguma viagem internacional que ele consegue moedas para acrescentar a sua coleção. Por esse motivo, sempre que sabe que alguém vai se deslocar para outro país, tenta entrar em contato para conversar sobre o assunto. “Muitas moedas são doadas. Outras, às vezes, eu preciso comprar”, relata. Fagundes não sabe exatamente quantas moedas tem na coleção, mas estima que sejam mais de duas mil. Os objetos são guardados em pastas especiais e com muito carinho e cuidado pelo agricultor. “Não deixo ninguém botar a mão”, conta.
Para ele, que além das moedas também coleciona outros itens, é necessário ter tempo, organização, curiosidade e dedicação para ser um colecionador. Entretanto, ele pondera que mesmo quando não tem tempo livre se dedica a esse hobby. Como principais obstáculos enfrentados por um colecionador, Fagundes cita a dificuldade em encontrar os objetos e também valores altos cobrados por alguns deles.

Copa do Mundo
Além das moedas brasileiras e internacionais e outros acervos temáticos, Paulo Fagundes também criou uma coleção específica para a Copa do Mundo. Nesta coleção, ele guarda uma moeda do ano da competição oriunda do país que sediou os jogos, uma do campeão, uma do vice-campeão, uma do terceiro e uma quarto colocado daquela Copa do Mundo. Por exemplo, no caso da Copa da Rússia, ele irá guardar uma moeda da Rússia, uma da França, uma da Croácia, uma da Bélgica e uma da Inglaterra do ano de 2018.