Na Igreja Matriz São Sebastião Mártir praticamente vazia na tarde de ontem, nada se ouvia, a não ser o silêncio indicando um local de oração. Lá estava a dona Oracélia Soares Leite Cardoso, enquanto centenas de pessoas circulavam pelas ruas, pegavam a estrada para viajar ou até mesmo percorriam as ruas finalizando os preparativos para a virada do Ano.
A aposentada de 68 anos estava lá, no silêncio da Igreja, de mãos postas e com dois objetivos: agradecer e pedir um ano novo de muita paz e saúde. Seu rosto, iluminado pela luz das velas, estampava alegria. Por coincidência, o seu nome lembra ‘orar’, costume que ela preserva há anos. Oracélia reside em Vila Estância Nova, é católica e seguidamente vai à igreja, e mais uma vez, neste fim de ano, estava agradecendo por mais um ano que chega ao fim. Entre as conquistas, a aposentadoria.A gratidão em seu coração se deve há um ano cheio de paz, tranquilidade e saúde que viveu. Os sonhos de Oracélia para o ano que está por vir não são comprar uma casa e um carro, tampouco adquirir luxo; ela apenas sonha com mais um ano de saúde e paz para ela e sua família.Toda a vez que vai à igreja, além de levar consigo a gratidão, Oracélia busca levar velas e flores. Religiosa desde pequena, tradição a qual herdou dos pais, também costuma jogar rosas brancas na água para a Iemanjá. Para cada rosa jogada ao mar ela faz um pedido acompanhado de um agradecimento. Além disso, ela conta que reza e assiste novena todas as noites.
TRADIçãOOracélia também tem certos costumes que não abre mão na virada do ano e fará uso deles novamente. Para ela, virou tradição utilizar roupas claras. Além disso, a lentilha não pode faltar, pois, segundo ela, a mesma atrai riqueza e dinheiro. Devota do Divino Pai Eterno e Nossa Senhora de Fátima, costuma fazer doações em dinheiro para ajudar pessoas carentes e pretende continuar com a missão em 2015. Com as mãos unidas, em sinal de agradecimento, Oracélia olhou para o alto para conversar com Deus. Com um sorriso no rosto, após alguns minutos, terminou de orar. Por lá, na Igreja praticamente vazia e silenciosa, as velas continuaram a queimar, à espera, de novos devotos.