A presidente da Comissão de Educação, Indústria, Comércio e Turismo, Cleiva Heck (PDT), e o vereador José Cândido Faleiro Neto (PT), participaram na terça-feira, 28, na Assembleia Legislativa em Porto Alegre, de audiência pública sobre a utilização de câmeras nas salas de aula das escolas privadas.
A reunião foi solicitada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS). De acordo com o diretor de Educação, Formação e Cultura do Sinpro, Celso Stefanowski, a entidade é contrária a instalação de câmeras, pois acredita que ocorre uma interferência na autonomia do professor e completou dizendo que a relação pedagógica deve ser mediada na confiança entre escola, professores, alunos e pais.
Segundo Hilário Bassotto, 1º vice-presidente do Sinepe, Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no RS, é preciso mais pesquisas sobre os benefícios ou malefícios do uso de câmeras em sala de aula. Também considera importante, que as instituições tenham liberdade de escolha.
é preciso definir o objetivo do monitoramento, afirmou a presidente da Comissão de Ensino Fundamental do Conselho Estadual de Educação, Maria Antonieta Backes, se referindo a importância das câmeras de segurança no pátio, nos corredores e no entorno das escolas. Acredita que o uso em sala de aula vai inibir o professor.
De acordo com a presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, Ana Affonso (PT), o resultado do debate será apresentado na reunião da Câmara dos Deputados da próxima semana. Ela acredita que a posição deverá ser contrária ao uso de câmeras e ao projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa obrigando a instalação dos equipamentos em creches.
Ana Affonso irá sugerir à Comissão que protocole um projeto de lei proibindo o monitoramento por câmeras nas salas de aula, em contraponto ao projeto de 2011, do deputado Paulo Borges (DEM), que determina o monitoramento nas escolas de educação infantil.
A vereadora Cleiva Heck achou de grande valia ouvir as opiniões de professores, membros de entidades e conselheiros sobre o assunto. Se surpreendeu com a opinião de uma docente do ensino público que é favorável ao uso das câmeras, pois explicou que o método ajudaria a mostrar como é o seu trabalho e provar que é competente. (AI)