A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece no Rio de Janeiro, se estende até amanhã. Com a participação de chefes de Estados e Nações, o evento também reúne pessoas de todos os lugares do mundo que querem contribuir e discutir meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver.
O venâncio-airense, Tales Bohn Mirandolli, 23 anos, estudante de Biomedicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, está na cidade maravilhosa desde quinta-feira, 14, onde participa de inúmeras atividades da Rio+20.
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Pela primeira vez no Rio de Janeiro, instalado na zona norte da cidade, o jovem aproveita para conhecer os lugares pedalando, já que em Porto Alegre, Tales integra a Massa Crítica – movimento de ciclistas que pedalam na capital em prol do ar mais limpo. “Me cadastrei ainda quando estava em Porto Alegre no site mobilicidade.com e paguei R$ 10 pelo cartão de crédito para usar bicicleta na cidade do Rio durante um mês. Eu chego na estação onde, normalmente, há cerca de 10 bicicletas, ligo para um número e retiro a bicicleta, podendo pedalar por cerca de uma hora e devolver em outro ponto. Andei muito pelas praias e centro da cidade. As bicicletas servem para deslocamentos curtos, mesmo assim, eu consegui me deslocar muito bem por distâncias maiores”, salienta o estudante, que lembra que a partir de agosto haverá implantação do sistema na capital gaúcha.
De acordo com Tales, a cidade está cheia de eventos e de pessoas relacionadas a Rio+20. “Os eventos da Rio+20 são muitos e em todos os locais a cidade vive o evento. As atividades paralelas estão sempre cheios de visitantes que não hesitam em esperar por horas nas filas de entrada. Há muitos espaços culturais e históricos para se visitar. Estou tentando viver a cidade o quanto posso, estou visitando tanto os pontos turísticos e praias, como os locais mais irreverentes”.
O venâncio-airense destaca também que os estandes e bancos da conferência são todos feitos de material reciclado, de papelão e madeira. Além disso, o jovem conta as inovações em exposições. No Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, por exemplo, há um espaço dedicado à exposições governamentais e intergovernamentais relacionadas com a promoção do desenvolvimento sustentável e exposições de empresas parceiras demostrando inovação e gestão no campo da sustentabilidade.
O destaque fica por conta de um carro ecológico exposto no local, que é movido a etanol, com painel fotovoltaico no teto para obtenção de energia solar para a bateria e película anti-infravermelho, visando à economia no ar-condicionado. O carro apresenta peças plásticas originadas do bagaço de cana-de-açúcar, bancos feitos de fibra de coco e látex e tecidos de material reciclado de garrafas PET. Há também ônibus híbridos, que utilizam energia elétrica e biodisel reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e emissão de dióxido de carbono.
No Píer Mauá, no Cais do Porto, na Baía de Guanabara, acontecem eventos relacionados à inovações, tecnologias sustentáveis e programas de sustentabilidade. Foram apresentados projetos do Governo Federal, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da sociedade civil. O espaço do AgroBrasil trata de tecnologias para práticas de economias sustentáveis na produção de alimentos e na preservação do ambiente. No local ainda há uma exposição sobre a história da agricultura brasileira e o que há atualmente sobre agricultura sustentável no País. Além disso, vídeos interativos tratam de fixação biológica de nitrogênio, sem a necessidade de se utilizar insumos e defensivos agrícolas; de tratamento de resíduos animais; de agroenergia; plantio direto; inclusão produtiva e social; sistemas de produção sustentável; integração lavoura-pecuária-floresta; águas e solos; biodiversidade; agrobiodiversidade e agroecologia; gestão ambiental e territorial e recuperação de pastagens degradadas.
No Centro Cultural Banco do Brasil, Tales conta que o Ministério da Cultura e o Banco do Brasil apresentam ‘Amazônia, ciclos de modernidadeÂ’, uma exposição que aborda os episódios marcantes de renovação e modernização da região, em percurso visual, do século XVIII à atualidade. No mesmo local, a Embaixada da Suécia realiza a exposição ‘Suécia InovadoraÂ’ que aborda problemas enfrentados pela sociedade e sua resolução por meio de tecnologias limpas.
Tales, ao longo dos dias no RJ, também já conheceu o Barco do Greenpeace Rainbow Warrior III (2011) e a sustentabilidade envolvida no barco; conheceu favelas com o Teleférico do Complexo de Favelas do Alemão, visitou a Fundação Osvaldo Cruz, pedalou pela Lagoa Rodrigo de Freitas, visitou o Parque Lage (Escola de Artes Visuais) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, também foi ver de perto a Quinta da Boa Vista (residência da família real), a Igreja da Candelária; e participou de uma festa junina na Feira de São Cristóvão.
O jovem ainda pretende visitar o Museu de Arte Moderna (MAM), os Arcos da Lapa, a Cúpula dos Povos, Evento Humanidade 2012 no Forte de Copacabana, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Mirandolli aproveita a visita ao Rio de Janeiro para divulgar, por meio de folderes o 2º Fórum Mundial da Bicicleta que vai ocorrer em fevereiro de 2013 em Porto Alegre. “Quanto a minha percepção da Rio+20, acredito que as pessoas têm de querer mudar e os eventos podem mudar nossa percepção, não podemos esperar os governos tomarem atitudes quanto ao desenvolvimento sustentável, à pobreza e à conservação do ambiente, temos que mudar nossas atitudes desde o âmbito das nossas casas até a nossa cidade. Para isso, devemos estudar sobre o assunto e inovar. Se mudarmos a percepção das pessoas próximas a nós, estaremos mudando o mundo”, finaliza.
