A primeira experiência literária de um jovem em concurso de texto foi mais do que bem-sucedida. O jovem venâncio-airense Jean Matias Wildner, 22 anos, conquistou o primeiro lugar na categoria conto em concurso realizado pela Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat). O texto vencedor é intitulado “Belvedere da Rua Osvaldo Aranha” e é um dos 20 selecionados para o livro que fecha a sexta edição do Concurso Novos Talentos Escritos/Escritores.

“Foi uma experiência interessante e bem diferente. Apesar de ler histórias ficcionais com certa frequência, escrever foi uma novidade” cita o jovem que é estudante de Arquitetura e Urbanismo e também de Administração. Ele reside no interior do município – em Vila Terezinha – onde administra com a família um mercado e uma agropecuária.
O concurso é realizado a cada dois anos e a equipe de avaliadores incluiu um integrante da Alivat e dois professores de Língua Portuguesa. Além de contos, o concurso contemplou crônicas, crônicas históricas, literatura infanto juvenil, literatura infantil (crianças de 6 a 13 anos) e poesia. Os demais vencedores são de Canoas, Lajeado, Estrela, Encantado, Teutônia, Santa Clara do Sul, Cruzeiro do Sul e Poço das Antas. O livro foi publicado pela Editora Univates.
“Belvedere da Rua Osvaldo Aranha”
A história conta o dia em que um idoso retorna ao local em que conheceu a sua futura esposa. As lembranças remetem ao ano de 1955. Conta o texto logo no início: “Rodolfo desceu com dificuldades do carro e precisou se equilibrar em diversos suportes para enfim ficar de pé. Ele está na rua Osvaldo Aranha, a primeira via calçada de Lajeado. O espaço é hoje um tanto quando marginalizado, mas foi fundamental nos primórdios. (…) Na sequência, mas com dificuldades, se encaminha ao belvedere que está a poucos passos. O meu avô caminha lentamente, são passos curtos. Os anos tinham cobrado sua dívida e corpo já bastante debilitado tenta resistir ao máximo”.
Já o texto termina desta forma: “No caminhar lento, de passo curtos, Rodolfo finalmente chegou ao seu banco branco favorito, como no primeiro encontro. Tirou do bolso um lenço e enxugou as lágrimas. Com a mão trêmula, tirou do bolso do paletó preto uma rosa vermelha. Com todo o esforço possível a deitou sobre o banco, ao seu lado. Olhou ao horizonte, em direção ao rio e apenas fechou os olhos”.