As venâncio-airenses e graduadas em Design de Moda pela Univates, no último sábado, Camile Ullmann e Luana Sehn, estão na lista das responsáveis por criar as peças que serão usadas, amanhã, no Desfile de Moda Inclusiva, promovido pela universidade em parceria com a Mercur. O evento, aberto à comunidade, ocorre durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, a partir das 19h30min, no Centro Cultural.

Foto: Nicole Morás / AI UnivatesPrimeira edição do evento foi realizada em agosto de 2016
Primeira edição do evento foi realizada em agosto de 2016

Além de Camile e Luana, outras quatro formandas estarão envolvidas no evento que terá, além do desfile, a apresentação de integrantes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Estrela e o monólogo Ícaro, que discute temas universais por meio de depoimentos de pessoas cadeirantes.

Foto: Arquivo Pessoal Formandas de Design de Moda, Camile e Luana, moradores de Venâncio, participam da atividade
Formandas de Design de Moda, Camile e Luana, moradores de Venâncio, participam da atividade

O trabalho e a produção das peças foram realizados durante o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Camile, de 22 anos, conta que no ano passado estava na plateia assistindo a tudo, mas estar envolvida na segunda edição, apresentando peças idealizadas e criadas para o TCC, é um privilégio. “Uma honra fazer parte de projetos criados e desenvolvidos com tanto amor, como este. Uma honra poder conhecer e aprender com essas pessoas, sejam elas da organização ou as próprias modelos”.

Ela explica que na construção do TCC não era obrigatório a inclusão de um look inclusivo (fato que deve mudar no próximo semestre), mas já sabendo da participação no Desfile de Moda Inclusiva, ela pensou em peças que pudessem ser utilizadas neste momento.

O convite, conforme explica Luana, de 25 anos, partiu da coordenação do curso e da empresa Mercur. “A proposta foi somente para as formandas do semestre, para apresentar as coleções que já havíamos feito para o trabalho de conclusão e após incluir ou adaptar uma peça com o foco na inclusão”, explica. “Me sinto lisonjeada e grata por fazer parte desse evento e apresentar minha coleção novamente, mas com diversos tipos de modelos, pois acredito que a moda é realmente isso: mostrar que não existe diferença e que é possível democratizar a moda pensando também nas limitações para desenvolver peças funcionais e para todos”, frisa Luana.

Para a coordenadora do curso de Design de Moda, Josiane da Costa Schmitt, desenvolver o trabalho pensando no outro enriquece qualquer pessoa. “O curso está com propensão natural a essa visão social. Falamos de algo que está presente no nosso dia a dia. Pensar em pessoas que têm algum tipo de necessidade diferente das que as pessoas têm comumente é um aprendizado mútuo”.

Peças confortáveisPara o TCC, Camile criou peças para meninas e mulheres bailarinas e amantes da danças, para serem usadas tanto durante as aulas, como também no ambiente urbano. Nessa criação, optou por alguns looks que pudessem ser inclusivos. “Sendo algumas peças também, possivelmente, usadas por mulheres paraplégicas ou com deficiências visuais; como é o caso das minhas modelos”, explica. Por isso, buscou por peças confortáveis e fáceis de vestir. “Outros detalhes funcionais também precisaram de atenção, como costuras que não fossem apertar ou machucar, e o fechamento das peças, para que permitisse praticidade a quem veste”.