Um estudo inédito apresentado pela Folha de São Paulo, em conjunto com o Datafolha, aponta que Venâncio Aires está na 4.218ª posição entre 5.281 municípios brasileiros (95% do total das cidades do país) no ranking da eficiência, que é resultante da análise dos indicadores de saúde, saneamento e educação. A finalidade do estudo é evidenciar quais prefeituras entregam mais serviços básicos à população usando menor volume de recursos e, segundo a publicação, a Capital do Chimarrão não está bem.

O que se pode extrair do estudo, basicamente, é que o percentual do orçamento investido na saúde em Venâncio Aires – de 27%, conforme dados disponibilizados pela Folha de São Paulo -, é o que justamente puxa o desempenho do município para baixo, já que é maior do que a média brasileira, de 24%. A leitura dos responsáveis pela pesquisa é de que a Administração da Capital Nacional do Chimarrão gasta bem mais que a maioria dos municípios do país para garantir os serviços básicos à população na área, exatamente a mais usada como exemplo de excelência pelo governo do prefeito Airton Artus.

O índice obtido no indicador saúde (0,274) é o menor entre as área pesquisadas. Saneamento, com 0,652, educação, com 0,431, e receita, com 0,136, fecham o levantamento, que confere a Venâncio Aires um índice geral (REM) de 0,381, classificado como ineficiente. Por outro lado, investimentos em educação (22%, contra 32% da média nacional) e Legislativo (3%, ante 4% do que é gasto, em média, nas cidades brasileiras), são dados positivos, de acordo com a Folha de São Paulo. Também chama atenção o fato de que, na Capital do Chimarrão, a cada 100 habitantes, dois são funcionários públicos, enquanto a média do país é de 5,1. Em contrapartida, entre 2004 e 2014 houve acréscimo de 51% no número de servidores públicos no município, período no qual a população cresceu em percentual de 12%.

“é uma piada nacional”, dispara Airton Artus

De acordo com o prefeito Airton Artus, o estudo que coloca Venâncio Aires em uma posição de ineficiência na relação entre a aplicação de recursos financeiros e oferta de serviços básicos para a população, “é uma piada nacional”. O chefe do Executivo afirmou, ontem, que em recente encontro com médicos, comentou a respeito do levantamento, e que a conclusão é de que “a Folha de São Paulo mediu estatísticas de coisas que não existem”. Para esclarecer melhor a frase, usou exemplos de municípios de menor porte, como Mato Leitão, Vale Verde e Passo do Sobrado, que tiveram melhor desempenho que Venâncio Aires no quesito saúde. “é muito fácil investir 10% do que se coloca num hospital para contratar três ou quatro equipes de Saúde da Família e referenciar o resto para cidades maiores”, disse.

Artus não admite a possibilidade de a Capital do Chimarrão – que conforme ele investe cerca de R$ 4 milhões por mês em saúde – ter desempenho pior do que várias cidades que sequer contam com um hospital. “Venâncio Aires tem uma rede de saúde invejável, de alta resolutividade se comparada com a região, o estado e até mesmo o Brasil. Contamos com Plantão 24 Horas, UTI, hospital e UPA à disposição da comunidade. Digo que este levantamento está equivocado, pois traz Caxias do Sul, que investe mais de R$ 600 milhões por ano em saúde, em piores condições do que muitas cidades do Nordeste”, argumentou.

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