Todos os dias no ano passado, em média, pelo menos uma pessoa sofreu algum acidente de trabalho em Venâncio Aires. Conforme o Ministério Público do Trabalho, foram 506 casos registrados em 2017, 103 a mais que em 2016, quando foram comunicados 403 acidentes. Os dados estão disponíveis no Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, que traz números desde 2012. No total, nos últimos seis anos, foram 2.846 acidentes registrados no município. Os números podem impressionar, por isso também é a oportunidade de reforçar a importância da segurança, ainda mais hoje, no Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

Foto: Divulgação / EngetecTaísa Maehler em treinamento de primeiros socorros
Taísa Maehler em treinamento de primeiros socorros

Embora haja pontos a serem considerados, como a organização das empresas, comportamento dos funcionários e tipo de atividades, a técnica em Segurança do Trabalho, Taísa Magali Maehler, considera alto o índice de 506 casos registrados no ano passado em Venâncio Aires. Mas, segundo ela, poderia ser ainda maior. “O que acontece é que muitas empresas não emitem a Comunicação de Acidente de Trabalho, a CAT, de alguns acidentes, às vezes por desconhecimento. Em outros casos, há profissionais informais. Então como nem todos os casos são registrados formalmente, esse número poderia ser até maior.”

Entre as atividades que mais registram acidentes em Venâncio Aires, estão transporte rodoviário de carga, processamento industrial do tabaco e atividades de atendimento hospitalar. Os principais ferimentos acontecem nas mãos, como cortes, lacerações, fraturas, esmagamentos e torções.

Tudo começa pela conscientização

Segundo Taísa Maehler, as empresas do município têm se mostrado preocupadas em atender todas as normas e a investir em segurança, mas isso não significa ter um profissional específico. “Ter o próprio técnico em Segurança do Trabalho só será obrigatório para uma empresa conforme o dimensionamento do SESMIT, que é o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, estabelecido pela NR4, e conforme o grau de risco.” Mas mesmo a empresa que não for obrigada a contar com um técnico, é importante ter uma assessoria em segurança e medicina do trabalho.

No caso da construção civil, que não aparece entre os maiores índices de Venâncio Aires, mas é um dos líderes nacionais, há uma norma específica. “Na construção civil, é exigido um técnico em Segurança do Trabalho independentemente do número de trabalhadores. Isso porque se trata de trabalho que pode acontecer em lugares altos e esse tipo de atividade precisa ser liberada por análise preliminar de risco e permissão para trabalho em altura”, explica Taísa.

Foto: Divulgação / EngetecTreinamento de trabalho em altura, para a construção civil, é feito por um técnico em Segurança do Trabalho
Treinamento de trabalho em altura, para a construção civil, é feito por um técnico em Segurança do Trabalho

Ainda conforme a profissional, é possível evitar e baixar a quantidades de acidentes seguindo um cronograma, que inclui, entre outras questões, o detalhamento operacional da atividades, a ordem de serviço com o levantamento dos riscos e os equipamentos de proteção, treinamentos específicos da atividades, fiscalização do uso de equipamentos e investigação dos acidentes já ocorridos. “São muitos fatores importantes, em que as empresas devem estar atentas. Mas o principal ainda é a conscientização, que também deve partir do próprio trabalhador.”