Logo na primeira sessão como presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Venâncio Aires – está substituindo Sandra Wagner (PSB), que assumiu como prefeita -, André Puthin (MDB) trouxe novamente à pauta um tema que costuma causar polêmica: o feriado do aniversário da Capital do Chimarrão. Em seu espaço no período das Comunicações, o parlamentar afirmou que trabalha em uma legislação que permita um mecanismo de escolha para a comunidade. “Pode ser um referendo, plebiscito ou iniciativa popular. Nossa Lei Orgânica não versa sobre o assunto, é omissa. Por isso, vou apresentar no mês que vem uma matéria prevendo que os munícipes decidam quando querem o feriado”, antecipou.

O vereador é favorável à retomada do 11 de maio como data para o feriado do aniversário. Hoje, o 25 de julho é o dia que vigora, em alusão ao Dia do Colono e Motorista e São Cristóvão. A mudança de data ocorreu em 2013, a pedido da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), em virtude de que o 11 de maio é véspera do Dia das Mães. Para contrapor o argumento dos comerciantes – de que a manutenção do feriado em maio representa sérias perdas nas vendas -, Puthin destacou que “as mudanças decorrentes da Reforma Trabalhista abrem possibilidade de que empregados e empregadores façam acordo para compensar horas, sem necessidade de pagamento em dobro do dia trabalhado”.
Fico temerário quando este tipo de decisão é tomada dentro de gabinetes e debatida por um grupo pequeno, que decide o que é bom ou ruim para o Município.”
ANDRÉ PUTHIN (MDB)Presidente da Câmara em exercício
FESTIVIDADES
André Puthin entende que a comemoração no dia 11 de maio permitiria a retomada das festividades que eram tradicionais. “As pessoas poderiam aproveitar passeios e outras atividades na data que de fato representa o aniversário de Venâncio Aires. A Fenachim, inclusive, ocorre neste período”, disso presidente da Câmara em exercício. “A mudança de data para o dia 25 de julho é uma inovação para muitos, uma invenção para outros. É cômica na opinião de muitos, articulada pelos comerciantes”, encerrou o parlamentar.
ATVA É A FAVOR
Quem defende a volta do principal feriado do Município para o dia 11 de maio é a Associação Tradicionalista Venâncio-Airense (ATVA). O presidente da entidade, Dalmo Mayer, destacou que um abaixo-assinado já recolheu mais de cinco mil assinaturas de pessoas que concordam com o feriado em maio. Ele ponderou, no entanto, que é preciso mais representatividade para que o documento seja encaminhado para os poderes Executivo e Legislativo. “Dentro da entidade o assunto é recorrente e está por ser retomado. Não é ser contra colonos e motoristas, mas valorizar a data máxima de criação do Município”, disse.
Pela importância da data para qualquer cidade, o dia da emancipação político-administrativa é uma forma de evitar que este momento especial seja esquecido”.
DALMO MAYERPresidente da ATVA
“Para a Caciva, não tem problema”
O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), Vilmar de Oliveira, declarou ontem que não vê problema em relação a uma consulta à comunidade acerca do tema. “Para a Caciva, não tem problema. Um plebiscito seria interessante, pois é um processo que reflete o pensamento da população”, afirmou.
Ele admitiu que uma alteração seria prejudicial para o com

ércio, mas disse que entenderia caso fosse disponibilizada uma “amostragem significativa”. “Perdas seriam uma realidade, mas estamos abertos ao diálogo. Vamos esperar o vereador apresentar a proposta para, depois, encaminhar algum questionamento”, completou.
Quando foi solicitada a mudança do feriado para o dia 25 de julho, levamos em conta o fato de que o volume de vendas na véspera do Dia das Mães apresentava redução.”
VILMAR DE OLIVEIRAPresidente da Caciva
PREFEITO

1 O prefeito Giovane Wickert, que está de férias, defendeu um estudo mais aprofundado sobre o tema. “Para mim, que sou uma pessoa que precisa se preocupar com o desenvolvimento do Município, esse é um debate menor, pois isso não muda muito no que se refere a gestão pública”.
2 Ainda de acordo com ele, “em algum momento vamos ter feriado e no outro teremos que trabalhar”. Wickert disse também que este assunto não vai mudar o dia a dia da comunidade a longo prazo.
3 Sobre a possibilidade de plebiscito, afirmou que “talvez seja algo inviável economicamente”. Na opinião dele, o que poderia acontecer é uma consulta online ou mesmo uma pesquisa por amostragem. “Indiferente da decisão, desde que democrática, ela seria acatada”, garantiu.
4 Ele também declarou que, normalmente quando governos federais propõem algum plebiscito, é para na verdade mascarar alguma situação irregular. “O que não é o caso de Venâncio Aires, pois aqui não temos nada para esconder”, concluiu.