Inspira cuidados o estado de saúde de Michael Cristiano Joris, 34 anos. Ele sofreu um grave acidente de trabalho, segunda-feira à tarde (29/02), quando finalizava a colocação de concreto em uma obra, no Loteamento Sciência, em Venâncio Aires. Ele sofreu queimaduras de quarto grau e se recupera na ala de queimados do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre.
A família decidiu tornar o caso público, devido à quantidade de pessoas que buscam informações sobre o estado de saúde de Michael. Quinta-feira, a esposa dele, Gisele Miorando, deu detalhes de como tudo aconteceu e disse que ele ficará isolado por um período de três meses. “E as visitas acontecem das 15h às 15h30min e só familiares têm acesso”, explicou, ressaltando que o filho do casal, de 4 anos, ficará este período sem poder ver o pai.
COMO FOIGisele relatou que o marido é motorista da Conpasul e o responsável por colocar e recolher a bomba que leva o concreto até a obra. Na segunda-feira à tarde, havia sido finalizada a colocação do concreto em uma obra do Sindicato dos Metalúrgicos e Michael manuseava o controle para recolher a bomba.
Por motivos ainda não esclarecidos, a bomba caiu sobre um fio de alta tensão e toda a descarga foi no corpo de Michael. “Não sei se houve um problema no controle ou se foi falha dele”, mencionou Gisele.Colegas, pedreiros e outras pessoas que trabalhavam na obra contaram à Gisele que o marido começou a pegar fogo. “Me contaram que saia fogo até pela boca dele.”
Sem saber o que fazer, os trabalhadores assistiram atônitos aquela cena, que durou alguns segundos, até o fio se romper. Neste momento, Michael foi arremessado alguns metros para trás e caiu sentado no chão.
E foi isso, segundo os médicos, que salvou a sua vida. Toda a descarga saiu pelas nádegas e pelo dedão de um dos pés. “O médico me disse que esse é o pior choque que uma pessoa pode sofrer”, mencionou Gisele.
Socorrido pelo Samu, Michael foi encaminhado ao Hospital São Sebastião Mártir , onde permaneceu das 17h30min até por volta das 22h30min, quando uma equipe da Unimed o transferiu para o HPS.
Apesar da gravidade dos ferimentos, Michael está consciente, mas usa sonda e catéter. Gisele revelou que ele ficará isolado por três meses e que serão dias muito delicados. “Neste período, os médicos verificarão se os órgãos internos foram afetados”, explicou.
Gisele se desloca diariamente a Porto Alegre, visita o marido, fala com os médicos e retorna a Venâncio Aires. “Também preciso dar atenção especial ao nosso filho”, observa. Ela ressalta que está recebendo toda a assistência da Conpasul – que até disponibilizou um apartamento, próximo ao HPS -, para que um familiar esteja sempre por perto, assim como do Sindicato dos Metalúrgicos.
Filho único, Michael também recebe a visita dos pais, que moram em Colinas.