No auge da produção, ocorrido há várias safras, o Brasil chegou a produzir mais de 830 mil toneladas de tabaco. Para a Safra 2014/15, as estimativas são de 600 mil toneladas de Virgínia, 85 mil toneladas de Burley e mais um pouco de Galpão Comum, devendo somar 700 mil toneladas.
“Se tivéssemos uma safra entre 550 mil e 600 mil toneladas no total, talvez não teríamos tantos problemas na comercialização. E, além do excedente da safra, ainda há os estoques remanescentes das fumageiras. Isto é uma complicação, o estoque está aí, tem o seu custo porque este tabaco já foi pago para o produtor e as empresas ainda não conseguiram comercializá-lo.” A observação é de Romeu Schneider, Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Tabaco e secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
Entre os fatores que contribuíram para a redução da variedade Virgínia, embora o fato não seja admitido publicamente pelas empresas, conforme Schneider, é que elas estão com o estoque muito elevado das classes mais baixas e folhas mais finas, além das ponteiras. “Os estoques destas classes vêm de várias safras e, além disso, o mesmo tipo é produzido na áfrica e pela metade do valor”, frisa. Schneider confirma que esta é a informação que a Câmara Setorial tem. Ele acrescenta que os países africanos produzem as classes X e C a preços muito inferiores aos praticados no Brasil. “Por isso, a dificuldade de vender e, inclusive, a maior parte do tabaco que sobrou nos estoques das empresas de safras passadas, é destas classes.”