O prefeito Giovane Wickert (PSB), principal alvo da acusação do vereador Tiago Quintana, disse ontem, em entrevista coletiva convocada por ele mesmo, que “a situação é meio estranha, parece até orquestrada”. “Me cheira a conspiração, pra gerar tumulto, desgastar um governo que vai bem. Nós somos a favor de que tudo seja esclarecido, até porque estamos tranquilos em relação a isso. Porém, agora, vamos às últimas consequências”, assegurou. Wickert lembrou que o seu carro particular fica em uma garagem destinada ao chefe do Executivo, no pátio da Prefeitura, e não haveria necessidade de ser beneficiado.
Ele destacou que, como gestor, pretende governar a cidade e não quer “ficar perdendo tempo com picuinhas”, no entanto já determinou à Procuradoria Jurídica do Município para que faça contato com a Rek Parking no sentido de que um relatório seja disponibilizado para análise. “Vamos ter que ver pelas placas, eu acho. Queremos viabilizar esta relação para acabarmos com qualquer suspeita”, declarou. O prefeito garantiu que não tem medo da investigação do Ministério Público e que quando receber cópias do material apresentado por Tiago Quintana, avaliará a necessidade ou não de abir uma sindicância.
GESTÃO ANTERIORGiovane Wickert comentou várias vezes que quem acertou a contratação da empresa que gerencia o rotativo foi a gestão anterior, da qual o vereador Tiago Quintana fazia parte. “Eu fazia parte daquele governo e cansei de ver o ex-prefeito pedindo para que a vereadora Ana Cláudia pagasse valores em aberto ainda no tempo em que a Uamva (União das Associações de Moradores de Venâncio Aires) cuidava do estacionamento. Talvez não tenham gostado que começamos a mexer em infrações que estavam paradas desde 2013, e daí acontece de tudo”, disparou, afirmando ainda que integrantes da Administração anterior tinham papéis nos carros particulares informando que estavam a serviço do governo para não pagarem estacionamento.
“Minha responsabilidade são as placas de sinalização”
O gerente regional da Rek Parking, Vinícius Macedo, afirmou que, quando o vereador Tiago Quintana falou com o diretor da empresa, ele estava em deslocamento e orientou o contato por entender que a solicitação fosse de placas de sinalização. “Nesse caso, houve um ruído, um engano. Nada tenho a ver com as placas dos veículos. Minha responsabilidade são as placas de sinalização”, reforçou. Macedo disse ainda que tomou conhecimento da denúncia pelo portal da Folha do Mate na internet e que jamais qualquer proprietário de veículo foi favorecido da forma como o parlamentar denunciou. “Não há privilégios”, ressaltou.
Vinícius Macedo argumentou que trabalha, além de Venâncio Aires, em outros quatro municípios – Cruz Alta, Santo Ângelo, Santiago e Santa Maria – e não tem como conhecer as placas dos carros. “Sou da área operacional, também atuo como fiscalizador. Ouvimos mais queixas do que elogios, mas essa denúncia não tem como prosperar. Cancelamentos de infrações são feitos somente quando há dúvida sobre a aplicação ou em razão do não funcionamento dos equipamentos. Favorecimento não existe”, concluiu.
