
O vereador eleito com 813 votos, José Carlos da Rosa, ou apenas Zé Rosa, é natural de Linha Arroio Grande, onde com os pais e cinco irmãos trabalhou na lavoura de fumo até seus 20 anos. Atualmente, aos 48 anos, o pai de Hayla e Hyan, depois de passar por inúmeros trabalhos e cidades, chega a Câmara de Vereadores para a legislatura 2017/20.
Sua vida profissional poderia virar um livro, cheio de capítulos. Sua trajetória começou quando, ainda criança, já auxiliava nos serviços de roça. Estudou até 5ª série do ensino fundamental na Escola Manuel da Rosa, cuja o nome é do seu avô, que havia doado a área onde o educandário foi construído. O ensino médio foi cursado no Colégio Aparecida, onde também fez o curso técnico de Auxiliar de Serviços Bancários. “Trabalhava durante o dia na roça e no fim da tarde ia de bicicleta para o centro estudar”, relembra.
Logo depois, teve seu primeiro emprego. Trabalhou por dois anos como estagiário na contabilidade do Banco do Brasil. Dali retornou para trabalhar, por mais um ano, com os pais. Mas em meados de 1991, com a Brasfumo se instalando na Capital do Chimarrão, conseguiu o primeiro emprego de carteira assinada. Na tabacaleira, trabalhou por nove anos, desempenhando diversas atividades. Dali foi para a Transportadora Augusta e logo depois para a empresa Estrela do Sul (hoje Tabacum), pela qual foi trabalhar e morar por mais de dois anos no Rio de Janeiro, onde nasceram seus dois filhos. Ao retornar em 2003, voltou a trabalhar para a transportadora Augusta, pela qual durante seis anos, passou a morar seis meses por ano, em Santa Catarina. Ainda, em 2010, trabalhou na Rodoasas e em 2011 na Extrhema Transportes. E foi em 2011 que iniciou suas atividades na Secretaria Municipal da Saúde, onde, na coordenação da frota da pasta, ficou até junho deste ano. “Venâncio inteira passou por mim ali, o que também me fez ser mais conhecido. Sempre tentei fazer o melhor, com carinho e vontade, claro, era o meu serviço, mas procurava fazer além, muitas vezes deixei de almoçar, nos fins de semana ficava de prontidão, porque nunca gostei de dizer ‘não’”, ressalta.
A política em sua vidaAo retornar do Rio de Janeiro e fixar residência no bairro Santa Tecla, surgiu o desejo de ser vereador, assim filiou-se ao Democratas e, em 2004, concorreu pela primeira vez no pleito municipal. Mas, com 297 votos, acabou não se elegendo. O mesmo aconteceu em 2008, quando filiado ao PC do B fez 214 votos. Não tendo ninguém ligado a política na família, todos foram contra as suas candidaturas. “Nunca ninguém de casa me apoiou.”
Mas neste ano, o desejo de chegar ao Legislativo se reascendeu e José decidiu se candidatar pela terceira vez. Filiado há cerca de três anos ao PSD, José da Rosa conta que ficou satisfeito com a votação. “Meus votos foram realmente conquistados.”
Foi eleito. E agora?
Vereador eleito da situação, José destaca que a legislatura promete ser difícil, devido ao momento de dificuldades econômicas vivida pelo país. “Estamos passando por uma fase muito ruim em Venâncio. No município são cerca de cinco mil desempregados, a cada dia vê se pessoas perdendo o emprego, isso é assustador. Na minha época nas fumageiras por exemplo eram dez meses de safra, hoje esse período diminuiu para três a quatro meses. Então é preciso pensar em alguma solução, encontrar uma saída para estagnar essa alta taxa”, destaca.
Assim como vivenciou a realidade na agricultura, o vereador, que trabalhou por cinco anos na Secretaria da Saúde, quer apoiar e defender os dois segmentos. “Enquanto estive na Saúde vi muita coisa que precisamos melhorar. Também vou defender a manutenção do transporte intermunicipal diário de pacientes, que necessitam muito deste serviço. Enfim, farei tudo o que estiver ao meu alcance pelo bem do povo venâncio-airense, pois sou de manter a palavra”, salienta.
O vereador acredita que “com a grande renovação na Câmara, com a vontade dos eleitos de trabalhar pelo povo, sinto que vamos fazer bastante por Venâncio. Como situação somos maioria, mas acredito que todos vão trabalhar pelo mesmo objetivo.”