O presidente do PMDB de Venâncio Aires, José Ademar Melchior, o Zecão, procurou a reportagem da Folha do Mate nesta sexta-feira para rebater as declarações do ex-prefeito Almedo Dettenborn e do último candidato ao Executivo pelo partido, Nilson Lehmen, em matéria publicada na edição do dia 20 de setembro e que tratava do encaminhamento de 18 filiados da legenda à Comissão de ética por suposta infidelidade partidária.

No documento de três páginas, Zecão relata que ficou surpreso com os ataques de Almedo e Nilson, que estão entre os peemedebistas ‘enquadrados’ por suposta infidelidade e disseram que o presidente não teria moral para expulsar integrantes da sigla porque era um “ficha-suja”. Zecão argumenta que a atitude dos dois colegas de legenda “demonstra o total desconhecimento do que rege o Estatuto do partido, bem como seu Código de ética, pois não é o presidente que expulsa ninguém”. Em seguida, diz que “talvez o ex-prefeito esteja acostumado ainda com os tempos em que exercia o coronelismo intrapartidário ou nos limites do município”.

O presidente ressalta que “quem tem o poder de expulsar dissidentes é a Comissão de ética, da qual não faço parte” e completa afirmando que “apenas como presidente atual do PMDB manifestei esta vontade dos filiados que têm frequentado as reuniões”. Zecão destaca ainda que a decisão de levar os dissidentes à Comissão de ética poderia ter partido de qualquer filiado “dos tantos incomodados com a confusão que 18 pessoas tentam causar num apoio legitimamente convencionado”, em clara referência à convenção do PMDB que decidiu pela coligação com PSDB e DEM, que sustentam a candidatura a prefeito do tucano Vinícius Medeiros.

FICHA-SUJA – No documento entregue à reportagem, o atual presidente do PMDB declara que as acusações de que ele é ficha-suja não são verdadeiras, “pois é sabido que enquanto não houver sentença irrecorrível ninguém pode ser considerado culpado, está lá insculpido na nossa Constituição Federal”. Zecão, por fim, diz que Nilson Lehmen foi o responsável pela derrota mais vexatória do PMDB em uma eleição, “com praticamente 12 mil votos de diferença”, e que depois disso “abandonou o partido, fugiu do município, esqueceu todos os que o apoiaram”.