Os vereadores de situação decidiram colocar a cabeça de Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), a prêmio, na prática. Depois de Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) dizer publicamente que denunciaria o colega à Comissão de Ética – por ele ter dito que ela “fez lambança” durante a relatoria de projetos -, a coluna apurou que outros dois parlamentares governistas também farão movimentos neste sentido: Everton Dias e o presidente da Mesa Diretora, Dudu Luft, ambos do PDT. A denúncia de Claidir já teria passado por uma análise e a vereadora estaria ‘incrementando’ o documento, para garantir maior robustez aos fatos.

No caso de Luft, a denúncia é por conta de manifestações recentes de Muchila referentes a processo que o presidente responde na Justiça. A pessoas próximas, o pedetista confidenciou que entende que houve atentado à sua honra e vai buscar os meios legais para punir o colega. Por fim, Everton confirmou que vai acionar Muchila pelo episódio de segunda-feira, 15, quando o socialista utilizou termos como “mentiroso”, “muito pequeno”, “capacho do prefeito”, “vereadorzinho” e “medíocre” ao responder provocação do pedetista. Nos bastidores, a avaliação é de que a denúncia de Claidir não deve prosperar, mas os casos de Luft e Everton podem complicar o socialista. Pode pesar a reincidência de suposta falta de decoro.

Depois de tomar conhecimento da tramitação ou encaminhamento das denúncias à Comissão de Ética, em especial as duas que ainda não tinham sido tornadas públicas – correm em sigilo, mas todos sabem, na Câmara, de suas movimentações -, a coluna fez contato com Muchila. Ele afirmou que está tranquilo e tem convicção de que as acusações serão arquivadas. “Digo apenas que não há motivos. Mágoas pessoais não ensejam Conselho de Ética, até porque em nenhum momento houve falta de decoro e prevalece a imunidade parlamentar, que assegura a livre manifestação”, declarou. Todos voltam a se encontrar na segunda-feira, dia 22.

Comissão provisória do Podemos

O Podemos de Venâncio Aires tem novo comando. O ex-vereador Renato Gollmann, atualmente exercendo a função de coordenador da agência FGTAS/Sine de Arroio do Meio, foi escolhido para assumir a presidência da comissão provisória do partido. Ele entra no lugar do ex-vice-prefeito Celso Krämer, que teria perdido prestígio junto à executiva estadual da legenda. Krämer segue filiado, mas não integra mais a cúpula da sigla. Aliás, quem aparece nela, é o vereador Alberto Sausen, que recentemente protagonizou episódios de atrito com o ex-presidente e, tudo indica, saiu fortalecido da disputa. Gollmann afirma que o Podemos está apaziguado e que a intenção é trabalhar pelo fortalecimento do partido.

A novidade no Podemos não causa apenas movimentações internas. Nos bastidores, correm os comentários de que, a partir de agora, será mais fácil buscar o diálogo com outras agremiações no que se refere às eleições de 2026 e 2028. No ano que vem, a tendência é de que a sigla apoie candidatos de fora de Venâncio Aires. Mas, para 2028, surge com força a possibilidade de a legenda se alinhar aos partidos que darão suporte à candidatura de Maciel Marasca (PP) a prefeito. As últimas informações dão conta de que Marasca estaria disposto a admitir apoio, além do PL, parceiro antigo, de PSDB, PSB, Podemos e União Brasil, criando um bloco amplo de oposição. O empresário, no entanto, ainda não se manifestou publicamente a respeito do assunto. Fica o espaço à disposição, aliás.

Rapidinhas

Por falar em Podemos, o partido encaminha oportunidade para o primeiro suplente na Câmara de Vereadores, Diego Krämer. Ele já teria assumido a cadeira de Alberto Sausen, não fosse a dúvida surgida em relação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que fixa em quatro meses o tempo mínimo para que um suplente assuma no Poder Legislativo. A decisão recai sobre os estados de Santa Catarina e Tocantins, mas Sausen quer ter certeza de que não terá problemas em ceder 30 dias.

Ezequiel Stahl (PL) se desculpou com Alessandra Ludwig (PDT), na segunda-feira, 15, pela manifestação de que integrantes do governo foram salvar animais na enchente para capitalizar politicamente. Ela se sentiu desrespeitada pela identificação com a causa animal, mas Stahl afirmou que o recado não tinha a pedetista como alvo. “Era para o prefeito”, disse.

Sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, 15, teve um minuto de silêncio em homenagem a Arthur Ferreira, colega aqui da Folha e Terra que faleceu no domingo, 14.