Se a promessa de Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) vai se confirmar, não sei, mas que o embate entre ela e o colega Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), está dando o que falar, isso é uma certeza. A vereadora garantiu, na sessão de segunda-feira, 1º, e na participação que fez no programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, na terça-feira, 2, que vai levar o socialista à Comissão de Ética por suposta falta de decoro parlamentar.

Claidir disse que chegou no limite da paciência com Muchila, e o estopim foi a declaração do vereador, na sessão semanal, de que ela “fez lambança” ao relatar projetos. “Durante a sessão, preferi ter paz do que razão, pois às vezes é melhor assim. Só que estou decidida a levar a situação adiante, porque não é a primeira vez que isso acontece comigo e já ocorreu também com outros colegas de Câmara, em especial com mulheres, que o vereador Muchila gosta de atacar”, desabafou.

O socialista diz estar tranquilo em relação ao episódio. Garante que não ofendeu a vereadora e lembrou que tem imunidade parlamentar, o que lhe assegura o direito de fazer as declarações que bem entender. “Se for para a Comissão de Ética, vou provar que ela realmente fez uma lambança”, insistiu Muchila. O parlamentar observou ainda que jamais teve intenção de pessoalizar situações envolvendo mulheres, contudo entende que, se estão na Casa do Povo, devem estar preparadas para o debate político. Ele também reiterou que não vai mudar sua forma de atuação por conta de situações como esta. Claidir e Muchila voltam a se encontrar na próxima segunda-feira, 8, quando a Câmara de Venâncio Aires tem nova sessão.

“Politicagem”, diz Luft a colegas

Presidente da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, Dudu Luft (PDT) classificou como “politicagem” o anúncio que os colegas de oposição fizeram na semana passada, em relação à vinda de viaturas e soldados para a Brigada Militar da Capital do Chimarrão. Na ocasião, Sandra Silberschlag, Diego Wolschick e Jeferson Schwingel, o GP, todos do PP, além de Ezequiel Stahl (PL) e o empresário Maciel Marasca, também progressista, foram a Porto Alegre para agenda com o comandante-geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, coronel Cláudio dos Santos Feoli e, de lá, retornaram com informações de que o município seria contemplado com três veículos e cinco soldados, três deles com urgência.

Luft não contesta a informação referente aos recursos humanos, no entanto colocou os colegas contra a parede ao dizer que, das três viaturas que anunciaram, duas já estavam garantidas, graças ao trabalho dos integrantes do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), por meio do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg). A iniciativa permite que empresários destinem até 5% do saldo devido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ao Governo do Estado para serem aplicados na compra de itens como veículos, armamentos, munições, capacetes, coletes balísticos, rádios comunicadores, equipamentos de rastreamento e informática, bloqueadores de celular, câmeras e centrais de videomonitoramento.

Ao abordar o assunto, Luft citou o nome do presidente do Consepro, Dieter Knak, que estaria, a exemplo de outros empresários que apoiam o conselho, incomodado com a divulgação inverídica. Para embasar sua manifestação, o presidente da Casa do Povo exibiu no telão do Plenário Vicente Schuck imagens dos encaminhamentos para aquisição das duas viaturas. Depois de ouvir os vereadores que integraram a comitiva na semana passada darem os créditos ao conselho, Luft provocou. “Só mudaram o discurso por pressão do Consepro. Foi politicagem o que fizeram”, completou ele.

Segurança jamais deixa a pauta

Basta alguém puxar o assunto segurança pública no Legislativo para que o debate se alongue sem tempo para encerrar. Na segunda-feira, 1º, durante votação da moção do vereador Alberto Sausen (Podemos) – que pede a reinstalação do posto da Brigada Militar em Vila Deodoro -, vários parlamentares destacaram a sensação de insegurança vivida no município atualmente.

Sausen já havia feito relatos de ataques a sedes de comunidades do interior em reuniões passadas, o que foi reforçado por Diego Wolschick (PP), que assim como o vereador do Podemos, tem raízes na região serrana. Na mesma esteira, Gilberto dos Santos (MDB) afirmou que seria muito importante a implementação de um posto da BM também em Vila Estância Nova.

Santos, inclusive, lembrou de assaltos dos quais foi vítima. “O trauma fica para sempre. As regiões que mais produzem precisam de mais segurança. O povo do interior está há muito tempo pedindo socorro e o Governo do Estado não dá uma satisfação”, lamentou.