Durante a semana, o titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Vinícius Lourenço de Assunção, recebeu a confirmação de sua transferência para o município vizinho de Lajeado. Lá, ele vai auxiliar os colegas nas questões relacionadas à catástrofe climática. Pelo menos é esta a justificativa da chefia da Polícia Civil para remover de Venâncio Aires um dos delegados mais atuantes que já tivemos – afirmação embasada nos 10 anos que tenho na cidade e em conversas com colegas e amigos que têm suas vidas todas por aqui -, inclusive com invejável inserção comunitária. Falta pouco para completarmos um ano desde as enchentes e não há mais problemas relacionados que demandem a transferência de um delegado, mas mesmo assim a cúpula entendeu que Assunção deve deixar a Capital do Chimarrão. Ele tentou resistir, ingressou na Justiça, no entanto não conseguiu permanecer e está indo para Lajeado contra sua vontade.
O policial estava em Venâncio Aires há mais de uma década e ficou conhecido pela gentileza, cordialidade e atitude firme quando isso se fazia necessário. Profissional acessível, ganhou respeito de todos por se fazer entender facilmente, sem ser autoritário. Era natural de Porto Alegre, mas venâncio-airense de coração. Aliás, recebeu o título de Cidadão de Venâncio Aires em 2017. Ele não queria deixar a terrinha, e a comunidade também não queria perdê-lo, mas Assunção acabou sendo prejudicado por ter lutado para que a DPPA não ficasse com um número aquém do necessário para os plantões. Isso mesmo. Não faz muito tempo, um policial que fazia plantão por aqui foi levado para Passo do Sobrado, para que um de lá fosse transferido para Santa Cruz do Sul. Inicialmente, o delegado pediu reposição simples, mas não foi atendido.
Na sequência, a chapa esquentou. Assunção escancarou a falta de efetivo mínimo para o plantão da DPPA e desagradou a chefia regional de Polícia. Naquela época, a Delegacia quase fechou as portas no fim de semana. Com a repercussão, não demorou muito para que um primeiro comunicado de transferência chegasse ao seu gabinete, contudo o policial decidiu pelear por uma permanência, pois entendia que estava sendo injustiçado por defender o interesse público, além do seu próprio. A poeira baixou um pouco, o ano virou e, antes mesmo do fim do segundo mês do ano, Assunção voltou a ser comunicado de que tem que deixar Venâncio Aires.
Ele ainda deve entrar com recurso na Justiça, pois assim como a comunidade local, não se conforma com a maneira como está sendo remanejado. Enquanto isso, precisamos, pelo menos, de um delegado para substituí-lo. Não podemos ficar alheios a isso. Não podemos deixar que o efetivo da Polícia Civil tome o caminho da Brigada Militar, que trabalha com menos da metade do ideal. Bem menos, para ser sincero. Lajeado e Santa Cruz do Sul precisam de oito delegados, e Venâncio Aires não pode ter dois? Justo aqui, onde se fala em necessidade, inclusive, de Delegacia da Mulher? Que as autoridades façam sua parte.
Câmara instaura CPI no dia 10
Está definido. A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires vai criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o suposto desaparecimento de colchões do Almoxarifado Municipal. Presidente da Mesa Diretora, Dudu Luft (PDT) garantiu, por meio de nota oficial, que dará sequência aos trâmites do requerimento apresentado pelo vereador Ezequiel Stahl (PL) e que, até o momento, conta com outras quatro assinaturas: Sandra Silberschlag, Diego Wolschick e Jeferson Schwingel, todos do PP, e Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB). As cinco assinaturas são suficientes para que a comissão seja instaurada, mas os vereadores de oposição tentam sensibilizar os demais colegas a apoiarem a iniciativa, com o velho discurso de que ‘quem não deve, não teme’. O pedido será lido na próxima sessão do Poder Legislativo, dia 10 de março. Todo mundo aproveitando o Carnaval porque, na retomada das atividades, sem dúvida nenhuma o tom vai se elevar no Plenário Vicente Schuck.
Rapidinhas
Diego Konrad (PP) e Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), vereadores de Mato Leitão e de Venâncio Aires, respectivamente, lideram protesto pacífico, na manhã deste sábado, 1º, na RSC-453. Eles defendem a não instalação de um novo pedágio na rodovia. Será das 9h às 12h.
Oposição não está deixando passar nada na Câmara. Colchões e CC exonerada por suposto benefício a uma familiar foram os assuntos da semana e, para ambos, há sindicâncias em andamento na Prefeitura. Depois do Carnaval, devem aparecer denúncias de uso indevido de veículos públicos.