De bom, o episódio das enxurradas não tem nada, já que muitas famílias contabilizaram uma série de prejuízos com a invasão das suas residências pela água. No entanto, é preciso salientar que o tema foi mantido em pauta, o que normalmente não costuma acontecer. As chuvas passam, deixam estragos e são esquecidas, mas agora, ao que parece, todos estão dispostos a buscar uma solução para o problema.
Resta saber se alguma coisa vai sair do papel. Pela primeira vez, a Câmara de Vereadores tem uma frente parlamentar para tratar do assunto, liderada por Sandra Silberschlag (PP) e que vem ganhando notoriedade. Momento importante para que todos trabalhem juntos, em busca do bem comum. Se é que há alguma medida que possa amenizar o problema, que seja tomada, de uma vez por todas. É hora de transformar a indignação e a preocupação em trabalho na prática, pelo bem de todos.
Legislatura surpreende até aqui
“Parabéns aos pais que estão aqui, lutando pelo direito de seus filhos. Aqui é o lugar certo, é o palco dos grandes debates”. A afirmação do vereador Nilson Lehmen (MDB), durante a sessão de segunda-feira, 17, foi sucedida de vários movimentos de cabeça para cima e para baixo, inclusive dos colegas. Aliás, quem não apostava em uma legislatura vigorosa e comprometida, está se surpreendendo. Na mesma sessão, Alberto Sausen (Podemos), pediu respeito e valorização ao Poder Legislativo. E o fez como se espera de um parlamentar, sem berrar ou dar chilique. Posicionamento que merece destaque, pois ultimamente as pessoas têm colocado todos os políticos em uma vala comum, o que não faz justiça.
Rapidinhas
Comentários de bastidores dão conta que Sandra Silberschlag (PP) teria cobrado a colega Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos), primeira secretária da Mesa Diretora e responsável pelas leituras de expedientes na Casa do Povo, para que pronuncie corretamente o seu sobrenome. Claidir tem mandado um “Sirberschlag”, com o ‘r’ no lugar do ‘l’, o que estaria incomodando a progressista. Na sessão de segunda-feira, 17, após ler uma indicação de Sandra, Claidir perguntou à colega se tinha atendido ao pedido. Sandra abriu um sorriso que não pareceu de aprovação.
Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), forçou a barra. Disse que a Administração – leia-se Jarbas da Rosa (PDT) e seus apoiadores – é a favor da implementação de um pedágio (free flow) na RSC-453, como prevê o edital de concessão da rodovia, porque 5% da arrecadação é revertida para os cofres públicos municipais. Nenhum gestor, em sã consciência, se posicionaria favoravelmente a uma praça no seu território. Quem rebateu a declaração foi Nelsoir Battisti (PSD), líder de governo na Câmara: “Não mira em projetos, mira nas pessoas. Fomos inclusive a Porto Alegre para deixar claro que somos contra o pedágio, totalmente”.
“O atual prefeito é o Jarbas (da Rosa, do PDT) e é dele que temos que cobrar providências. As pessoas não podem achar que só porque somos de oposição cobramos do Jarbas”. A frase é do vereador Ezequiel Stahl (PL) e tem tudo a ver. Se Jarbas é o chefe do Executivo, é dele e de sua equipe que podem partir as ações para as melhorias em Venâncio Aires. Embora vereador oposicionista, Stahl não é de criticar por criticar e costuma fazer as reivindicações com alguma ponderação, como deve ser.
Até mesmo os vereadores governistas concordaram que a cidade estava precisando de uma ‘limpeza geral’. A oposição vinha batendo nisso há muito tempo e, agora, com a contratação de uma empresa terceirizada, especializada no serviço, todos acreditam que o visual da Capital Nacional do Chimarrão, tanto na região central quanto nos bairros, vai ganhar um ‘up’. Estamos todos na torcida para que isso realmente aconteça.
Diego Wolschick (PP) aproveitou o seu espaço na tribuna, na sessão de segunda-feira, 17, para falar a respeito da operação da Polícia Federal, que mirou um assessor do deputado federal Afonso Mota (PDT) e outras pessoas, por suposto desvio de recursos de emenda parlamentar destinada ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul. Segundo ele, por mais que o deputado não esteja entre os operadores do esquema, precisa ser investigado e, se for o caso, responsabilizado. “Aqui na Câmara, sabemos o que acontece nos gabinetes. É no mínimo estranho”, comentou, lembrando que um dos investigados é morador de Venâncio Aires.