A relação entre os vereadores Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), e Alberto Sausen (Podemos), que não era boa desde o início da atual legislatura, azedou de vez. Os dissabores entre eles começaram na eleição para a Mesa Diretora da Casa do Povo, pois Sausen, que originalmente é de partido de oposição, apoiou a chapa de situação, encabeçada por Dudu Luft (PDT) e que venceu a disputa pelo comando do Poder Legislativo em 2025. Assim que o parlamentar do Podemos deixou claro que daria suporte à ala governista, Muchila passou a fazer cobranças e provocações. Os ânimos estavam contidos, pelo menos publicamente, até a sessão da Câmara de segunda-feira, dia 31 de março, quando os políticos entraram definitivamente em rota de colisão.
Já na sessão preparatória, que ocorre sempre a partir das 18h, para que os temas da reunião ordinária sejam encaminhados, Muchila fez denúncia contra Sausen, afirmando que ele, operador de máquinas concursado, teria utilizado um veículo oficial do Município, da capatazia de Vila Deodoro, para ir até uma praça de esportes de Linha Julieta, onde estava sendo realizado um jogo de futebol. Há, inclusive, registros do automóvel estacionado no local. Ao ser questionado a respeito do episódio, Sausen teria dito que esteve no local a trabalho, no entanto a justificativa não convenceu o desafeto, que prometeu levar a denúncia à tribuna.
Como o encontro contou com a participação dos delegados Luciano Menezes e Guilherme Dill, além de uma extensa Ordem do Dia, Muchila tratou de espalhar a notícia nos bastidores, pois notou que não haveria tempo hábil para as manifestações. Com todos sabendo da situação, a sessão seguiu sem maiores problemas, mas no fim da reunião, Sausen foi tirar satisfações do socialista, que manteve a posição e afirmou que falaria sobre o assunto no próximo encontro. Irritado, o parlamentar do Podemos revidou dizendo que Muchila é motorista concursado, recebe e não trabalha, pelo fato de estar cedido ao Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Venâncio Aires. Foi um momento tenso, que deve ter repercussões futuras. Sausen cobrou Muchila com o dedo em riste, coisa que há tempo não se via no Plenário Vicente Schuck. É pano pra manga.
Delegados na sessão da Câmara
Como estamos publicando na edição de hoje matéria completa sobre a participação dos delegados Luciano Menezes e Guilherme Dill na sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, 31, nas páginas 8 e 9, vou fazer aqui um breve comentário. Embora tenha dito que não falaria a respeito da transferência do delegado Vinícius Lourenço de Assunção para Lajeado – pois não teria sido decisão sua, mas da chefia da Polícia Civil -, Menezes deu a entender, em alguns momentos, que a troca teve como objetivo renovar o fôlego da Delegacia de Venâncio Aires. Chegou a utilizar o termo “vassoura nova” ao se referir à vinda de Dill para a Capital do Chimarrão e destacou a vocação do novo delegado para o enfrentamento ao tráfico de drogas, ele que já trabalhou no Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).
O delegado regional afirmou ainda que tem um documento assinado pelo titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Paulo César Schirrmann, no qual se diz “cansado já, sem condições para enfrentar o tamanho do compromisso que é gerenciar as delegacias aqui do município de Venâncio Aires”. O que ficou no ar é que, muito em breve, provavelmente, Schirrmann deve concretizar sua aposentadoria, abrindo caminho para que um novo delegado venha para o município. Por sinal, os vereadores poderiam ter perguntado a respeito, mas não o fizeram.