Está confirmado: a Prefeitura de Venâncio Aires será responsável pela execução do projeto do Centro de Acolhimento para Mulheres Vítimas de Violência. Os recursos para a implementação do local foram obtidos por meio de votação, no processo da Consulta Popular de 2022. A Capital Nacional do Chimarrão se apresentou ao Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) do Vale do Rio Pardo para a implementação do local durante assembleia virtual ocorrida na sexta-feira, 3, e garantiu também a doação de um terreno e a elaboração dos projetos arquitetônico e de engenharia, como forma de contrapartida.

A estruturação de um local de acolhimento para mulheres vítimas de violência é uma demanda recorrente de Venâncio Aires. Na Câmara, há uma frente parlamentar que trata do assunto e, não raramente, o titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), delegado Vinícius Lourenço de Assunção, ressalta que cerca de 40% da demanda policial no município está relacionada à violência contra as mulheres. Assunção, inclusive, é entusiasta da implementação de uma Delegacia da Mulher em Venâncio Aires. É uma batalha que precisa ser travada por todos.

Ontem, na redação, fizemos uma reflexão coletiva acerca desta iniciativa. O pensamento consensual é de que este local deve ficar em uma região central, de preferência perto da Brigada Militar ou da Polícia Civil. E, também, se for possível, contar com segurança reforçada, já que será referência para vários municípios do Vale do Rio Pardo e sabemos que os ‘malucos’ estão à solta. Não pode ser um lugar onde as mulheres fiquem alojadas, apenas. É preciso proteção durante todo o tempo em que estiverem utilizando o serviço. Está aí um bom motivo de preocupação.

Muchila e os recursos de Brasília

Vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), tem divulgado que, durante viagem a Brasília, teria intermediado a vinda de mais de R$ 3 milhões em recursos para Venâncio Aires. Na conta dele estão R$ 2 milhões anunciados pelo deputado federal Heitor Schuch (PSB), R$ 250 mil destinados pelo senador Paulo Paim (PT) e R$ 1,277 milhão do senador Luis Carlos Heinze (Progressistas). Os recursos de Schuch, por óbvio, são intermediados por Muchila e a outra vereadora do PSB, Sandra Wagner, que também foi a Brasília. O dinheiro de Paim pode ser considerado fruto de articulação dos socialistas, que foram recebidos no gabinete, inclusive. Serão R$ 150 mil este ano e R$ 150 mil em 2024, para a saúde básica.

Só que os valores de Heinze já estavam garantidos e têm origem no Ministério da Saúde, que fará repasses aos hospitais filantrópicos e santas casas. O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) será contemplado com R$ 1,25 milhão, enquanto a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) receberá R$ 27 mil. Heinze também recebeu os venâncio-airenses e pediu que eles fizessem a divulgação dos valores, que foram confirmadas em portaria da União do dia 7 de fevereiro. É da natureza política tentar capitalizar este tipo de ação, mas há sempre alguém ‘fiscalizando’. Na viagem, Muchila e Sandra gastaram cerca de R$ 10 mil, juntos.

Rapidinhas

• A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou estudo sobre os prejuízos causados por desastres naturais no Brasil nos 10 últimos anos. Segundo o levantamento, as perdas chegaram a R$ 401,3 bilhões entre 2013 e 2023, enquanto a União destinou R$ 4,9 bilhões para ações de gestão de risco no mesmo período, ou seja, 1,2% do total dos danos contabilizados.

• Grêmio foi bem melhor que o Inter e mereceu a vitória por 2 a 1 no clássico 438. Renato Portaluppi parece estar encontrando o seu melhor time, enquanto Mano Menezes sofre para fazer o Colorado render como em 2022, quando foi vice-campeão do Brasil. A julgar pelo que tenho acompanhado do Gauchão, os arquirrivais devem se reencontrar na decisão. Daí é sempre difícil apontar favorito, mesmo que um tenha melhor retrospecto.

• A parte ruim do futebol são as notícias relacionadas à violência. Toda a vez que temos clássicos – e não falo apenas do Gre-Nal, pois acontece em toda a parte do mundo -, deparamos com mortes, agressões e brigas. Em Santa Maria, foi registrado um homicídio, em que a vítima teria sido alvejada por dois disparos após uma discussão sobre futebol com o atirador. Em Porto Alegre, um torcedor foi baleado. No Rio de Janeiro, houve briga antes de Flamengo e Vasco. Oito ficaram feridos e um torcedor morreu ontem, após ser internado. Até quando vamos conviver com isso?