Na coluna da edição de quinta-feira, 7, publiquei uma nota curta sobre a pressão que está sendo sentida, novamente, por quem integra a cadeia produtiva do tabaco. Produtores, sindicatos e lideranças políticas têm se manifestado, com frequência, em virtude da tentativa de sufocamento do setor, principalmente pelo fato de que em breve uma nova Convenção-Quadro será realizada, deste vez na Suíça. Mais rentável do que outras culturas, o tabaco é apontado, por muitas pessoas, como produto que só traz malefícios. Esses mesmos críticos se esquecem, no entanto, que cidades como Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul – só para ficar em dois exemplos aqui do Vale do Rio Pardo – teriam que praticamente ‘fechar as portas’ caso a cultura fosse, um dia, extinta.

Não vai ser, mas vai continuar sofrendo pressão. Em relação a isso não há dúvida, pois sequer o governo brasileiro se coloca claramente ao lado do setor. Quem defende as atividade é uma parte dos políticos, apenas. E, especialmente, aqueles que têm noção de como funciona a cadeia produtiva. Na sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, 5, alguns parlamentares venâncio-airenses destacaram o sufoco pelo qual os produtores vêm passando. Gilberto dos Santos (MDB), que é fumicultor, lembrou que somente cerca de 10% do tabaco produzido no Brasil é consumido aqui, enquanto o restante é exportado. Também ressaltou que os países africanos estão sendo estimulados a elevar a produção, justamente pelas dificuldades enfrentadas por outras nações produtoras.

Ezequiel Stahl (PL), por sua vez, afirmou que acredita que o governo mantém a carga sobre os fumicultores “porque são autossuficientes e, dessa forma, conquistam sua independência, sem a necessidade de receber alguma bolsa do governo”. Nilson Lehmen (MDB) foi na mesma direção e declarou que “o mesmo governo que se posiciona de forma contrária ao tabaco, não tem problema em deixar claro que entende justo o debate da liberação da maconha”. Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) foi outra que não poupou críticas ao Governo Federal e órgãos de saúde. “Tratam os fumicultores como criminosos. Primeiro, relacionaram a cultura a uma maior probabilidade de suicídio. Depois, bateram na questão do trabalho infantil. E, agora, chegamos ao ponto de as autoridades trabalharem pela proibição da cultura. Vergonhoso”, lamentou ela.

Nelsoir Battisti (PSD) e Jeferson Schwingel, o GP (PP), também se manifestaram. Battisti comentou que, historicamente, as autoridades relacionam o tabaco à incidência de câncer e GP garantiu que fará uma moção de repúdio a publicação feita na Folha de São Paulo em forma de ataque à cadeia produtiva. Sandra Silberschlag (PP) argumentou que, como médica, precisa considerar os prejuízos causados pelo fumo à saúde, mas ao mesmo tempo, disse que, como venâncio-airense, sabe da importância da cultura para a economia do município. Isso mostra que, embora a pressão seja constante, as lideranças políticas da Capital do Chimarrão convergem na defesa do ‘ouro verde’. É um movimento importante para que os ataques sejam minimizados e produtor tenha mais segurança.

Segunda sessão ainda em debate

A possibilidade de a Câmara de Vereadores de Venâncio Aires adotar uma segunda sessão semanal tem rendido muitos enfrentamentos no Poder Legislativo. Parlamentares que têm outras funções – ou seja, não se dedicam somente à vereança – mantêm posição de uma reunião na semana e aceitam aumentar o tempo do encontro. Já quem dedica 100% do tempo ao mandato, não se incomoda com uma segunda sessão. O debate segue na Casa do Povo, paralelamente a outras questões que envolvem possíveis alterações no Regimento Interno. Além de ventilar a segunda sessão semanal, o presidente da Mesa Diretora, Dudu Luft (PDT), revelou a intenção de tornar obrigatória a presença dos vereadores em sessões extraordinárias. Dessa forma, uma ausência causaria desconto proporcional no salário. Discussões que ainda vão dar muito o que falar. De concreto, até agora, não há qualquer definição.

Rapidinhas

Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), apresentou nova sugestão: ele defente que os capatazes de distritos sejam escolhidos a partir de eleições nas comunidades em que irão atuar. De acordo com o político, dessa forma seria mais fácil a adaptação, o relacionamento e a execução dos trabalhos.

“Gostam muito de falar em desenvolvimento econômico, mas não botam um real de emendas impositivas na área”. Manifestação de Nelsoir Battisti (PSD), claramente direcionada aos vereadores integrantes da oposição.