A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires de segunda-feira, 17, foi uma das mais tensas da atual legislatura. O período pré-eleitoral está deixando os ânimos à flor da pele e a consequência é uma polêmica atrás da outra. E, mais do que polêmicas – algo que quem acompanha a Casa do Povo da Capital do Chimarrão está acostumado a presenciar -, o encontro semanal do Legislativo rendeu denúncias. Se são forçadas, infundadas ou verdadeiras, só o tempo dirá. Isso se os casos forem adiante, pois a Câmara também tem se notabilizado pela banalização de fatos que vêm à tona na tribuna.
Clécio Espíndola, o Galo (MDB), protagonizou o primeiro episódio da noite. Ao reclamar que havia pessoas dizendo que “não tem vereador em Mariante”, citou o nome de Pedro Júnior, que é de Vila Mariante, ocupa cargo em comissão (CC) em um posto de saúde e vai concorrer a vereador. Já foi do PSB, mas agora está filiado ao PDT. O pronunciamento não tinha maiores problemas, a não ser o fato de dois políticos do mesmo reduto estarem em rota de colisão. Só que, antes de encerrar o comentário, Galo insinuou que Pedro Júnior estaria “guardando remédio do posto para entregar às pessoas”. Aí quem entrou no assunto foi Benildo Soares (Republicanos), que pediu que a denúncia seja investigada.
Na sequência, Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), classificou como “patrimonialismo” o fato de o colega Tiago Quintana (PDT) estar utilizando o estacionamento da Câmara para deixar a sua Kombi, que é utilizada como gabinete móvel. “Está misturando o público e o privado. Se ele pode, quero que toda comunidade possa deixar veículos no local”, afirmou. Em seguida, cobrou a Mesa Diretora, presidida por Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos), que segundo ele está sendo conivente. “Fazendo vista grossa”, disse, ao citar ainda termos como “conchavos” e “arranjos”.
Quintana contra-atacou. Argumentou que a Kombi é uma extensão do gabinete e que o desafeto estaria incomodado “com o que ela representa, que é a proximidade com a comunidade”. A seguir, fez uma declaração forte. “Logo que eu conheci o Eligio, achei que ele era um idiota consciente, que ele fazia idiotices para inticar com as pessoas. Mas eu cheguei à conclusão que ele é um idiota orgânico, pois se comporta no grupo (de WhatsApp) da Câmara atacando os servidores e vereadores. É o tipo de gente que nós temos que aguentar porque a política é assim”, disparou. O pedetista concluiu dizendo que a Saúde da qual Muchila tanto reclama salvou a vida dele duas vezes. “Uma quando teve problema cardíaco e outro dia que apanhou na rua, por arrumar confusão”, provocou.
E as farpas não ficaram por aí. Benildo Soares (Republicanos) fez duras críticas à Administração do prefeito Jarbas da Rosa (PDT), que conforme ele, na atual legislatura, nunca atendeu suas demandas. “Isso é coisa do PDT, que desgasta quem faz sombra pra eles”, disse. O parlamentar afirmou ainda que está há três anos e meio votando a favor dos projetos do governo no Legislativo, mas é tratado como inimigo. “Se é demanda do Soares, o prefeito não soluciona, deixa de lado”, queixou-se. Quem respondeu às declarações foi Sid Ferreira (PDT). “Vem pro PDT, vereador Benildo. Esta é a tua vontade. Talvez daí tenha o teu trabalho destacado. Só atira pedra em árvore que dá fruto”, comentou o vereador.
Rapidinhas
Gerson Ruppenthal (PDT) repercutiu tópico da coluna de sábado, 15, que trouxe foto e informação de que Benildo Soares (Republicanos) posou ao lado do pré-candidato a prefeito pelo PSB, Giovane Wickert, para “assustar” o prefeito Jarbas da Rosa (PDT), uma vez que o vereador é integrante da base governista e o Republicanos tem sido assediado por outros partidos com vistas à eleição de outubro. “Achei engraçado. Vai assustar quem? O prefeito está em plena harmonia realizando o seu trabalho”, observou.
Renato Gollmann (Podemos) está pleiteando junto à Administração o recapeamento da rua Armando Ruschel, desde a rua Emílio Michels até o Lar Novo Horizonte. De acordo com ele, o asfalto no trecho está apresentando problemas e, com a conclusão, em breve, da pavimentação da Estrada Velha, até Linha Hansel, “o movimento vai triplicar ali, pois ninguém mais vai até o trevo da RSC-287 para ir a Santa Cruz”.
Ezequiel Stahl (PL) sugere que o material resultante da demolição dos dois prédios da área do antigo Instituto Penal de Mariante (IPM), em Vila Estância Nova, seja utilizado de alguma forma e não seja simplesmente desperdiçado. “Talvez até para iniciar um alicerce para um muro na Peva, pois essa era a promessa e tem só uma cerca”, comentou ele.