Depois de um período de 15 dias de férias, na terça-feira, 5, voltei às atividades na Folha do Mate e na rádio Terra FM. Nas últimas duas semanas, procurei me desligar por completo do trabalho, para aproveitar o tempo com a Lívia, minha filha – que se aproxima dos 9 anos -, que cumpriu o recesso escolar. Mas, principalmente nos últimos dias, foi impossível deixar de acompanhar as repercussões da política nacional, especialmente. Entre os principais temas, o tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, o decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e as manifestações do setor produtivo, por meio de tratoraços, classificados como movimentos da direita.

Quem está acostumado a ler a coluna, pode até se surpreender pelo fato de eu estar tocando em política nacional nesse espaço. É que esse preâmbulo é necessário para criar o contexto do que vem a seguir. Há alguns dias, tinha decidido que a coluna de retorno trataria do cenário político nacional. De tanto ouvir, de quem é de um lado ou de outro, que o momento pede novos representantes – que não sejam Lula nem Bolsonaro -, estava querendo me convencer de que o Brasil evoluiria para uma situação mínima de convergência, que viabilizasse aquilo que chamamos de ‘oxigenação’. Ledo engano. Foi só surgir uma minúscula possibilidade para que os brasileiros evidenciassem, mais uma vez, que estão dispostos a manter o país rachado, cada um defendendo o que lhe convém, sem admitir os erros de ambos movimentos políticos. Que frustração.

Não vou entrar no mérito de discussões específicas ou recortes que geram os intermináveis embates ‘direita versus esquerda’, mas quero deixar aqui um convite à reflexão. Se, com exceção de quem não ventila a hipótese de comentar a respeito – tipo 30% de cada lado, talvez -, os demais se dizem insatisfeitos com os atuais líderes brasileiros, porque é que os eleitores não demonstram isso nas urnas? Que feitiço é esse capaz de mudar o que se ouve da maioria das pessoas? Há quem diga que a polarização é sustentada pela tese de que o brasileiro vota para poder dizer que ganhou a eleição, e isso não pode ser descartado, mas me parece que teremos uma encruzilhada decisiva em 2026. Se alguém me perguntar em quem devemos apostar, direi que não sei, que estou à procura. Talvez como tantos outros por aí, esteja cansado dessa briga que causa o afastamento de amigos e o desentrosamento de famílias. É só isso.

Artus: sufoco e constrangimento

Na segunda-feira, 4, durante participação no programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Rádio Terra 105.1 FM, o deputado estadual Airton Artus (PDT) deu declaração que vai ao encontro do que escrevi no tópico de abertura da coluna. De acordo com ele, algumas sessões da Assembleia Legislativa causam o sentimento de “rir para não chorar”, pelo fato de que a maioria dos parlamentares prefere as “retóricas de lacração” de um lado ou de outro. Ainda segundo Artus, nesse cenário, “quem está no meio e quer solucionar os problemas, com algum tipo de projeto, às vezes fica sufocado e até constrangido”. A questão política atual, conforme ele, faz com que o Brasil perca oportunidades e siga atravancado.

Casa de Acolhimento paga ação

Na sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires de segunda-feira, 4, os parlamentares aprovaram projeto de lei de que prevê um repasse do Executivo para a Casa de Acolhimento, no valor de pouco mais de R$ 45 mil, como forma de compensação por pagamento de uma ação trabalhista. Embora tenha havido unanimidade na votação, Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), destacou que o Município deve ter mais cuidado com questões como essa, sob pena de, no futuro, arcar com valores maiores para quitações de dívidas dessa natureza. Ao notar que o colega estava fazendo uma crítica velada à Administração, Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos), mais do que depressa, pediu a palavra e contra-atacou. “Obrigado pela dica, vereador, mas devia ter repassado à tua Administração, porque essa ação começou em 2016”, comentou, fazendo referência ao período que Giovane Wickert (PSB) era prefeito.

Rapidinhas

Pressão sobre o setor do tabaco preocupa mais uma vez. Produtores e políticos estão incomodados com o que classificam como tentativa de sufocamento.

Gilberto dos Santos (MDB) pede instalação de mais lixeiras na cidade e interior. Além disso, solicita a conscientização da comunidade para o descarte correto.