
(Texto de Rogério Bastos, Caderno Piá 21 – número 175, março/2016)
Não se pode negar a importância dos congressos tradicionalistas para a criação de um “sistema” organizado do tradicionalismo gaúcho. Se a criação do “35” CTG foi a grande largada para o Movimento Tradicionalista Gaúcho, gerando o aparecimento dos CTG’s em todos os rincões, o primeiro encontro deles, em forma de congresso, foi o passo inicial para a formação de uma federação.Sem os congressos tradicionalistas não haveria condições de serem estabelecidos e mantidos padrões homogêneos, princípios comuns e a fundamental troca de experiências e interação entre as entidades que surgiram,muitas vezes, sem saber exatamente o que fazer.
A ideia da realização do 1º Congresso
Na cidade de Pelotas, Fernando Brockstedt, Ubirajara Timm e Oswaldo Lessa da Rosa convocaram uma assembleia tradicionalista, que foi realizada em dezembro de 1952, com a presença de representantes de sete Centros de Tradições Gaúchas. Neste encontro ficou aprovada a ideia de realizar um Congresso Tradicionalista e criar uma federação de entidades tradicionalistas do Rio Grande do Sul.
Fernando Brockstedt trabalhou na elaboração do anteprojeto do estatuto dessa federação e distribuiu cópias aos CTGs que participaram da assembleia em março de 1953. Era o primeiro passo para o 1º Congresso, que aconteceria em 1954, bem como da criação do MTG, que se concretizaria somente 12 anos depois, no 12º. Simultaneamente espalhou-se através da imprensa para todo o estado, a realização do pretendido congresso. Em Erechim, o professor Hugo Ramirez havia fundado o CTG Galpão Campeiro, em Bagé, Jaime Tavares causava entusiasmo com o CTG 93.
Rapidamente outras entidades eram fundadas: Cachoeira do Sul, Piratini, Soledade, São Lourenço do Sul, Farroupilha, Rio Grande (reerguimento do Mate Amargo, entidade fundada em 1934), Pinheiro Machado, Porto Alegre (Estância da Amizade), Quaraí, Cacequi, Júlio de Castilhos, Rio Pardo, Esteio, São Gabriel, Canela, São Francisco de Assis, Lagoa Vermelha, Canoas, Santo ângelo, Caxias do Sul, entre outros municípios.
O jornalista Sady Scalante, da União Gaúcha, de Pelotas, nesta ocasião, transferiu-se para Porto Alegre e passou a liderar os preparativos. Foi agendada para novembro de 1953, em Rio Pardo, uma segunda Assembleia Tradicionalista, que se realizou no CTG Fogão Gaúcho Riopardense. Nesta assembleia surgiram as primeiras dificuldades, especialmente no transporte e hospedagem dos participantes. Emílio Rodrigues, do Ponche Verde CTG, disse que Santa Maria assumiria o evento. Ficou então decidido que seria em Santa Maria, no Ponche Verde CTG, com o apoio do CTG Mate Amargo de Rio Grande, CTG Sepé Tiaraju, de São Lourenço do Sul e CTG Lalau Miranda, de Passo Fundo. Como organizador, a União Gaúcha de Pelotas.
Barbosa Lessa reuniu-se em dezembro de 1953 com Sady Scalante, Emílio Rodrigues e Fernando Brockstedt, ponderando que o “35” CTG, como pioneiro e por localizar-se na capital, não poderia ficar de fora da organização. Assim, procuraram um dos intelectuais mais conceituados do momento, Manoelito de Ornellas. Do encontro resultou a formação de uma comissão organizadora de cinco membros: Manoelito de Ornellas e Walter Spalding (“35” CTG), Sady Scalante e Luiz Alberto Ibarra (União Gaúcha de Pelotas) e Emílio Rodrigues (Ponche Verde CTG). De imediato marcaram a data do Congresso para o período de 2 a 4 de julho de 1954.
Piá 21 Especial – 50 anos do MTG
Este caderno especial do Piá 21, em 5 edições, circulounos meses de janeiro, março, maio, julho e setembro, e deuembasamento para o livro comemorativo aos 50 anos do MTG.Produção e execução do professor e jornalista Rogério Bastos
Responsabilidade do Caderno: Odila Paese Savaris
Uma iniciativa da Cultura Gaúcha da Folha do Mate; arte Luana Andrade