Criançada brincando, correndo de um lado para o outro e se divertindo alegremente. Em qualquer parte do mundo o clima eufórico nas pracinhas é praticamente sempre o mesmo, seja na Europa ou América do Sul. O que difere os parques infantis aqui das pracinhas no Brasil é a qualidade dos brinquedos e, principalmente, a segurança destes. Com três filhos apaixonados pelo entretenimento proporcionado pelos playgrounds, posso facilmente comparar equipamentos infantis de vários países europeus onde já moramos ou visitamos, com os parques brasileiros e claro, com as pracinhas da minha cidade natal. Sempre que volto a minha terra, vejo que falta estrutura nos dois parques infantis do centro de Venâncio Aires. é a triste realidade de brinquedos mal conservados (quebrados, na verdade) que se tornam risco constante para as crianças que vão ali se divertir. Foi o que constatamos na última viagem ao Brasil durante a Páscoa.
Aqui na Europa a realidade é, felizmente, bem diferente. Existem leis específicas para a construção de parques infantis, determinando locais apropriados que dão acesso a cadeirantes e carrinhos de bebês, estabelecendo o tipo de equipamento que pode ser usado, assim como o material e piso, visando sempre a segurança das crianças. é proibido o uso de pregos ou qualquer material que comprometa a segurança dos usuários. Os equipamentos são testados e regulamentados por legislação europeia antes de serem usados nas pracinhas. O plano diretor das cidades britânicas (e vilarejos) estabelece a construção de áreas de lazer para crianças e adolescentes em todos os bairros e conjuntos habitacionais. Ou seja, onde têm residências, tem espaço para a pracinha. A manutenção destas áreas de lazer fica a cargo das autoridades locais. Raramente se vê brinquedos estragados ou pracinhas mal conservadas pois os próprios pais entram em contato com a prefeitura local para agilizar a manutenção.
Os equipamentos usados nos parques infantis aqui são padronizados e adaptados ao terreno. Logo que vim morar na Inglaterra, há duas décadas, a maioria das pracinhas tinha brinquedos de estrutura de metal mas hoje em dia existe uma diversidade de materiais, entre estes resina, borracha e toras de madeira. Brinquedões de madeira são os favoritos, com casinhas, argolas, gangorras e até tirolesa.
As áreas são sempre divididas de acordo com a idade das crianças. Geralmente a pracinha para crianças até três anos é cercada, oferecendo brinquedos adaptados e seguros, como pequenos túneis, caixas de areia e balanços mais baixos . Em todas pracinhas é exigido por lei que o piso em áreas onde as crianças têm risco de cair seja emborrachado (às vezes colocado debaixo da grama), de areia ou serragem, por exemplo nos balanços, em volta do escorregador, debaixo das argolas , trepa-trepa e parque de aventuras para crianças maiores. O mais usado por aqui é o emborrachado pois amortece a queda, não é escorregadio e evita acidentes.