Um passeio longe do borbulho da capital, cortando campos agrícolas pontilhados por pequenas aldeias, nas encostas de florestas verdejantes.
Foi assim nossa viagem ao palácio de Nesvizh, uma das principais atrações turísticas do país. A Bielorrússia é marcada por vastas planícies entrelaçadas por rios, córregos e centenas de lagos que nesta época do ano são o destino preferido das famílias, em busca de lazer e diversão na água. O interior é esparsamente povoado, com longas estradas retilíneas emolduradas por plantações de milho e trigo. Localizado a 120km sudoeste da capital, na pequena cidade de mesmo nome, o palácio é imponente e recheado pela história e riqueza do passado. A edificação é na verdade formada por dez construções, interligadas e circundadas por uma muralha de tijolos vermelhos e por um fosso profundo.
O palácio tem mais de meio milênio de história e sobreviveu a invasões múltiplas, guerras e conflitos que abateram a região durante séculos. Inicialmente construído em 1583 e mais tarde adquirido pela família Radziwil pertencente à nobreza lituana e de grande influência na região esta mescla arquitetônica denota poder e ostentação . Durante séculos o palácio serviu de residência dos herdeiros da nobre família que além de mantê-lo com constantes restaurações, ainda construiram e modelaram os jardins no parque em torno da construção. Em 1939, no entanto, a família foi expulsa pela invasão do Exército Vermelho e o palácio foi parcialmente destruído e mais tarde reconstruído. Depois da 2ª Guerra Mundial o local foi transformado num sanatório e os jardins esquecidos, enterrados ao acaso. Nas décadas seguintes o palácio foi perdendo a fachada esplendorosa até ser declarado pelo novo governo bielorrusso em 1994 como patrimônio histórico e cultural e em 2006 tombado pela Unesco, como patrimônio da humanidade. Desde então, um extenso plano de restauração foi implementado com verbas da Unesco.
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Os 170 cômodos do palácio foram totalmente reformados e redecorados como no passado glorioso. Os jardins também receberam atenção especial, com espaços verdes rodeados por grandes lagos. Um passeio muito interessante onde conheci um pouco da riqueza cultural herdada do tempo em que a Bielorrússia fazia parte do Grão-Ducado da Lituânia.