Foto: Divulgação / DivulgaçãoBirtânicos irão às urnas no dia 7 de maio
Birtânicos irão às urnas no dia 7 de maio

No dia 7 de maio os britânicos irão às urnas para escolher os representantes do Parlamento e também o novo primeiro-ministro. As eleições aqui na Inglaterra são bem diferentes do pleito brasileiro. O sistema de governo britânico é formado por uma monarquia parlamentarista, onde a chefe de Estado, rainha Elizabeth II, não possui poder executivo e o país é governado pelo primeiro-ministro, eleito a cada cinco anos. O atual premiê David Cameron, do partido conservador governando em coalizão com o partido Liberal-Democrata, busca sua reeleição em maio. O pleito promete ser o mais disputado da história moderna do país. A exemplo das últimas eleições quando nenhum partido alcançou maioria, neste ano as pesquisas apontam novamente o empate técnico nas intenções de voto entre os dois candidatos principais do partido conservador e trabalhista. O voto aqui é facultativo e por isso só vai às urnas quem quer! Os eleitores não possuem título de eleitor e devem apenas se cadastrar junto ao órgão responsável na prefeitura local, pelo correio ou online. Nas últimas eleições legislativas, ano passado, quando eu fui votar sequer solicitaram meu comprovante de identidade. Meu registro foi verificado na lista da mesa e assim recebi a cédula para votar. A era da modernidade com voto eletrônico ainda não chegou aqui na Inglaterra, mas os eleitores podem optar pelo voto à distância, ou seja, pelo correio antes do pleito. As eleições ao cargo de primeiro-ministro e membros do Parlamento acontecem a cada cinco anos na primeira quinta-feira de maio. Aliás, quinta-feira é tradicionalmente o dia escolhido para outras eleições como do Parlamento Europeu e escolha de vereadores locais.

Foto: Divulgação / DivulgaçãoNovo Parlamento será eleito daqui três semanas
Novo Parlamento será eleito daqui três semanas
Foto: Divulgação / DivulgaçãoPrincipais candidatos ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido: Nick Clegg, David Cameron, Ed Miliband e Nigel Farage
Principais candidatos ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido: Nick Clegg, David Cameron, Ed Miliband e Nigel Farage

Os britânicos e as eleições

Se no Brasil a campanha eleitoral é geralmente concorrida e inicia meses antes das eleições, no Reino Unido os trabalhos de preparação passam desapercebidos dos britânicos e somente nas últimas semanas que antecedem o pleito nota-se a cobertura de mídia se intensificando. Aqui não tem comício nem propaganda eleitoral na televisão. Nas últimas eleições ao cargo de primeiro-ministro a rede de televisão britânica BBC organizou dois debates televisivos com os principais candidatos. Neste ano foram transmitidos debates parciais com a presença de alguns líderes. Os eleitores não votam diretamente no candidato ao cargo de primeiro-ministro (na próxima coluna vou tentar explicar o sistema aqui). é interessante perceber que a maioria dos britânicos dá pouca importância aos pleitos. Uma das razões talvez seja o fato de o voto não ser obrigatório. é verdade, no entanto, que a população demonstra preocupação com a situação atual do país, principalmente quanto à saúde pois muitos temem o fim do sistema nacional de saúde (NHS – National Health System) britânico, considerado um dos melhores do mundo, oferecendo excelente serviço médico-hospitalar gratuitamente a toda população. A imigração é outro problema que preocupa os britânicos. O Reino Unido oferece excelente qualidade de vida principalmente se comparado a alguns países europeus. E assim, com o direito de livre movimento dentro da União Europeia, cidadãos da Europa estão invadindo o território da rainha Elizabeth, à procura de emprego, à procura de saúde, à procura de uma vida melhor. Além, é claro, de se beneficiar dos tantos auxílios destinados à população carente (entre eles bolsa família, seguro desemprego, auxílio funeral) e sistema de habitação social generoso, onde todos têm direito à moradia. Com tanta gente entrando no país é natural que os serviços de saúde e educação vão se deteriorando dandos sinais que já não suportam mais a demanda. Nesta semana o departamento de educação informou a milhares de famílias com crianças em idade para entrar na escola em setembro (entre 4 e 5 anos) que não poderão mandar os filhos à escola de primeira opção pois não existem vagas, tendo que se contentar com a segunda ou terceira opção de escola. E assim a população vai ressentindo o movimento migratório pois acreditam que parte dos problemas internos do país é causada pelo número demasiado de imigrantes. Existem certos setores da economia totalmente absorvidos pela mão-de-obra estrangeira. No setor de trabalho mais pesado, como na construção, serviços de limpeza, cozinha e hotelaria, trabalhadores romenos, búlgaros, lituanos, portugueses e polacos dominam o mercado de trabalho e muitas vezes se sujeitam a exceder as horas trabalhadas mesmo se recebendo baixos salários, deixando poucas opções de emprego para os ingleses.

Foto: Divulgação / DivulgaçãoPrimavera no Regent
Primavera no Regent’s Park em Londres