Foto: S S Beglin / arquivo pessoalPaisagem divina dos fiordes montenegrinos
Paisagem divina dos fiordes montenegrinos
Foto: S S Beglin / arquivo pessoalIgreja Nossa Senhora do Descanso no caminho a fortaleza de São João
Igreja Nossa Senhora do Descanso no caminho a fortaleza de São João

Imersa nos fiordes e recortes sinuosos do litoral montenegrino encontra-se a pequena cidade de Kotor (Cátaro) esbanjando charme e história. Passei o fim de semana com meu marido visitando esta pérola medieval que surpreende logo na chegada, incrustada nos maciços montanhosos característicos de Montenegro, na região dos Balcãs. Kotor é uma cidadezinha fortificada, muito bem conservada, com edificações e muralhas que vão do século IX até o XV quando fora dominada pelo Império Veneziano, fazendo parte da Sereníssima República de Veneza.

E dai surgiu o nome italiano do país, Montenegro, traduzido do original eslavo Crna Gora, que significa montanha negra. Do lado de dentro das muralhas que se misturam a cor acinzentada do rochedo montanhoso e que serviram de proteção contra invasores durante séculos, um emaranhado de ruelas estreitas emolduradas por palacetes antigos convidam os visitantes a descobrir este tesouro arquitetônico e cultural tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade. E foi justamente o que fizemos!

Foto: S S Beglin / arquivo pessoalemaranhado de ruelas para se perder e se achar novamente
emaranhado de ruelas para se perder e se achar novamente
Foto: S S Beglin / arquivo pessoalPor onde se anda, montanhas estão sempre no segundo plano
Por onde se anda, montanhas estão sempre no segundo plano

Meu passeio preferido, a pé e sem rumo, sendo guiada apenas pelos cheiros e sabores de Kotor. E que aroma! A culinária montenegrina é influenciada pelo povos que dominaram o território no passado com muitos pratos à base de peixe fresco mesclando ingredientes mediterrâneos, da Itália, Grécia e Turquia. Mas a carne vermelha é também muito apreciada, assim como o presunto cru. Depois dos peixes grelhados que eu adoro, nosso prato favorito em Montenegro foi o “Sarma”, um enroladinho bem temperado, de repolho e acelga (espécie de beterraba branca) com recheio de carne moida. E melhor ainda seguido de um aperitivo aromatizado de “loza”, destilado típico com sabor de frutas silvestres.

Foto: S S Beglin / arquivo pessoalMuita gente na rua participando de um festival de carnaval que aconteceu durante o fim de semana
Muita gente na rua participando de um festival de carnaval que aconteceu durante o fim de semana

Continuando nosso passeio pelo centro histórico de Kotor, entre uma praça e outra, vamos caminhando lentamente, passando por dezenas de lojinhas de souvenirs, barzinhos, charmosos cafés e restaurantes que atraem tanto turistas quanto moradores locais. Não faltam igrejas e monastérios para se visitar neste labirinto de construções medievais. A mais antiga e talvez a mais famosa é a catedral de São Trifão que domina a pequena praça de mesmo nome. Sua construção original remonta ao século XII. Aliás, em Montenegro por onde se anda, nos vilarejos ou penhascos das montanhas gigantes, tem sempre um mosteiro ou igrejinha antiga pontilhando o horizonte.

Foto: S S Beglin / arquivo pessoalIgreja de São Trifão remonta ao século XII
Igreja de São Trifão remonta ao século XII
Foto: S S Beglin / arquivo pessoalPraça do relógio
Praça do relógio

Os montenegrinos parecem ser muito religiosos, em sua maioria ortodoxos. Depois de passarmos horas vagando, nos perdendo pelas graciosas ruelas que nos relembravam vilarejos na Itália, quase no final do dia subimos até a fortaleza de São João numa escalada de arrancar suspiros. A subida pelo caminho íngreme leva pelo menos quarenta minutos, com parada obrigatória na igrejinha de Nossa Senhora do Descanso (nome bem apropriado pois está situada mais ou menos na metade do percurso de ascensão). Galgamos (ofegantes!) mais de mil degraus numa escalada perpendicular, recortando o rochedo até chegar às ruínas da fortaleza.

Foto: S S Beglin / arquivo pessoalTelhadinhos de Kotor
Telhadinhos de Kotor
Foto: S S Beglin / arquivo pessoalHora do descanso...
Hora do descanso…
Foto: S S Beglin / arquivo pessoalDepois de uma paradinha na igrejinha de Nossa Senhora do Descanso seguimos a escalada
Depois de uma paradinha na igrejinha de Nossa Senhora do Descanso seguimos a escalada

O panorama lá do alto, a mais de 200 metros de altura, nas encostas da montanha, é simplesmente divino e compensa todo e qualquer esforço! A sensação é de estar nas nuvens, quase tocando o céu, contemplando o cenário sublime que se forma no horizonte.Os telhadinhos vermelhos da minúscula Kotor debruçada nas águas plácidas dos fiordes cristalinos, contrastam a rusticidade dos picos corrugados das montanhas. Paisagem deslumbrante e que deixa qualquer um maravilhado. Um espetáculo divino e inesquecível, orquestrado pela natureza, como num cenário de sonho… num país chamado Montenegro. Continuo o relato final da viagem no próximo post.

Foto: S S Beglin / arquivo pessoalCom meu marido, curtindo a vista maravilhosa
Com meu marido, curtindo a vista maravilhosa

Foto: S S Beglin / arquivo pessoalPasseio nos fez relembrar vilarejos italianos
Passeio nos fez relembrar vilarejos italianos

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