Foi com grande emoção e orgulho que há alguns meses recebemos a convocação da nossa filha Victoria para a seleção juvenil de lacrosse da Inglaterra. Para quem – como eu – dedicou longos anos treinando vôlei, bem conhece o sonho de qualquer atleta: poder um dia competir a nível internacional, representando seu país. E assim nossa primogênita, aos 16 anos (comemorados semana passada) é uma das atletas mais jovens da seleção (grande maioria já completou 18 anos) realizando seu sonho esportivo. Desde semana passada ela está participando de um torneio internacional nos Estados Unidos, durante dez dias, com a equipe da Inglaterra. Lacrosse é uma modalidade esportiva pouco conhecida dos brasileiros embora seja muito difundida nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e aqui no Reino Unido.
Praticado essencialmente nas escolas particulares britânicas e clubes, lacrosse é um esporte de equipe com a participação em campo de 12 jogadores (um no gol, cinco atacantes e sete na defesa) no feminino e 10 jogadores no masculino. A primeira vez que assisti a um jogo de lacrosse foi durante uma partida da Victoria pela escola, alguns anos atrás. Até então mal sabia da existência de tal esporte. à primeira vista parece uma prática primitiva e brutal. Aliás as raízes do lacrosse remontam ao século XII, justamente de longos embates rudimentares entre tribos de índios americanos. Ao longo dos séculos o esporte foi se transformando e se popularizando, principalmente no Canadá e Estados Unidos. Inicialmente era disputado somente entre homens e mais tarde iniciou a prática também pelas mulheres.
Depois ter assistido a várias partidas e treinamentos da Victoria consigo entender o jogo de maneira mais clara, embora muitas regras ainda me deixam confusa. O objetivo do jogo é marcar gols, exigindo das atletas agilidade e muita velocidade. As jogadoras usam um taco especial com uma rede, tipo concha, na extremidade para carregar e lançar a bola. Sólida e pesada, a bola tem dimensão pouco maior que a de tênis. O avanço de campo é sempre feito com a bola dentro da rede do taco ou através de passes. Não existe limite de tempo de posse de bola e assim qualquer jogadora que estiver com a bola pode sair correndo, fazendo finta e se desvencilhando do adversário a fim de arrremessar em gol. A qualquer momento, no entanto, jogadores da defesa podem tentar desarmar a atacante batendo com violência no taco, fazendo a bola saltar para fora. é um jogo muito rápido que requer resistência e grande movimentação de todos jogadores que devem obrigatoriamente usar protetores bucais e armação protetora para os olhos.