
Nesta semana seguimos os passos da nobreza britânica dando um mergulho na vida intrigante de outros tempos, ao visitar a charmosa mansão de Hinton Ampner. Imagine um casarão soberbo, com história que remonta ao século XVI e impregnada por rumores mal-assombrados. Um palacete elegante, transformado ao longo dos séculos pela arquitetura clássica e com magnífica decoração interior estampando o passado glorioso, rica em detalhes, artefatos egípcios, obras de arte italianas e tantos, tantos, ornamentos encantadores. A mansão de Hinton Ampner, no condado de Hampshire, à 120km de Londres, no sul da Inglaterra, é assim, requintada e sublime em sua essência campestre. Construída originalmente durante o período em que a Grã-Bretanha carregava o título de império do bom gosto, esta casa senhorial é uma demonstração clara do poder absoluto que reinava na época entre os círculos da fidalguia rural abastada.


A Inglaterra setecentista viu centenas de palácios e mansões rurais serem erguidos campo afora, em cada canto do país. Propriedades grandiosas em estilo neoclássico despontavam no meio da relva, adornadas por jardins encantadores, lagos e muito verde para satisfazer a aristocracia fundiária. Espalhada pelo interior da Inglaterra a arquitetura georgiana transformou-se no símbolo mais reconhecível da era de ouro do império britânico. A mansão de Hinton Ampner é um clássico exemplo da bonança e excentricidade de outros tempos, exuberante em sua essência ainda que modesta nas proporções. Pertencente à nobre família britânica Stewkely, desde sua construção original, a mansão foi mais tarde, durante o século XX, transformada pelo último herdeiro numa esplêndida residência georgiana e mais tarde, em 1985, doada à Fundação Nacional de Patrimônio Público (National Trust), uma entidade britânica não governamental e responsável pela conservação de centenas de palácios e mansões rurais em todo país.

Durante o século XVIII o casarão foi abandonado por um tempo com fama de mal assombrado depois de misterioso desaparecimento de alguns membros da família. Mais tarde a propriedade foi totalmente restaurada com decoração que permanece até hoje.


Esta mansão prodigiosa onde a nobreza se reunia para aproveitar a tranquilidade do campo hoje em dia está aberta para visitação. Hinton Ampner continua ostentando o charme de outrora e nos dá oportunidade de assim poder reviver um pouquinho da riqueza cultural britânica. E pelo interior do casarão comprovamos a beleza impressionante de cada aposento. A residência mantém a decoração do último herdeiro, Ralph Dutton, amante de obra de arte italiana e história egípcia, e que podem ser apreciadas em todos cômodos.



Clássicos da literatura britânica preenchem as paredes da biblioteca com vista magnífica para o jardim de topiárias.Se comparada a outros palácios rurais da época, Hinton Ampner é modesta, considerando o número de aposentos. No entanto, o esplendor da mobília antiga, espelhos trabalhados, tapeçaria, quadros e ornamentos espalhados pelos dois andares da mansão são dignos do passado régio. Do hall de entrada aos salões de festa, biblioteca, sala de jantar, passando pelos quartos, a decoração interior do palacete exala sofisticação.


E nosso deslumbre continua durante o passeio pelos maravilhosos jardins em torno da mansão. Uma mescla encantadora de canteiros irregulares e pitorescos contrastados pelas avenidas de topiárias vai criando aquela paisagem tipicamente inglesa, de flores e arbustos entrelaçados, sem pretensão!


Neste início de primavera os jardins ainda não atingiram seu esplendor máximo no entanto eles completam o cenário de forma surpreendente. O parque verdejante em torno da mansão, na verdade, se alastra campo afora, recortando o terreno em jardins e trilhas para caminhada.

[GALERIA_872]