A Ilha das Lágrimas é um singelo memorial situado no centro de Minsk, como tantos outros monumentos e esculturas, espalhados pela capital da Bielorrússia, recheado de simbolismo tão inerente à cultura russa.
A começar pelo sugestivo nome, evocando dor, compaixão e sofrimento. A ilha da coragem e pesar foi construída às margens do centro antigo de Minsk, no rio Svislach, em homenagem aos soldados da antiga União Soviética tombados durante a (desastrosa) Guerra do Afeganistão (1979-89). No centro da ilha um pequeno templo adornado por estátuas representando mães e irmãs dos combatentes dá asas à imaginação. As esculturas parecem tão reais que deixam transpirar a sensação de dor e sofrimento nos semblantes abatidos que emolduram as quatro portas de entrada da minúscula capela. Dentro, as paredes dão lugar a longas listas de soldados mortos, decoradas por dedicatórias, coroas e sinos contendo terra dos campos de batalha no Afeganistão.
As águas calmas circundando o monumento retratam as lágrimas derramadas por aqueles que perderam familiares nesta guerra falida. Um combate que durou quase dez anos entre soviéticos e afegãs contra o grupo mujahidins, ceifando vidas às custas do poder mas que fracassou e hoje parece tão inútil e sem sentido. Aliás, me pergunto, qual é a guerra que vale à pena?
Mais adiante, em frente ao templo, a estátua de um anjo em luto chora por não ter conseguido salvar os soldados que nunca mais retornaram à pátria. Ligada por uma passarela, a pequena ilha é uma espécie de oásis no coração de Minsk e de onde pode-se apreciar um panorama estupendo das fachadas coloridas na cidade antiga com as torres das igrejas despontando ao fundo na colina da Trindade.
é um dos meus lugares preferidos na capital, principalmente ao entardecer. Seguidamente passo a tardinha ali, serena, divagando à beira do lago, contemplando o sol se pondo no horizonte e purificando a alma. No inverno o sol reluz no lago congelado cheio de gente patinando ou simplesmente caminhando. Já no verão as águas são invadidas por barcos e pedalinhos. Seja qual for a estação a paisagem é gratificante e encantadora! O memorial foi inaugurado em 1996, sendo muito visitado pelos bielorrussos e os poucos turistas que se aventuram em Minsk.
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