Nativa da Ásia e adaptada a climas subtropicais e temperados, a nespereira (Eriobotrya japonica) também encontrou seu espaço na região Sul do Brasil. Além de nêspera, os frutos dessa espécie possuem outros nomes comuns, como ameixa, ameixa-amarela, ameixinha, ameixa-de-inverno, entre outros. Durante a minha infância, eu a conhecia apenas como ameixa. No entanto, na faculdade, passei a conhecê-la como nêspera. E foi assim que preferi denominá-la desde então, até para evitar confusões com outras espécies também conhecidas como ameixa.
A nêspera não se destaca apenas pelo sabor agradável, mas também por suas propriedades nutricionais e medicinais. Além da elevada quantidade de vitamina C, a fruta é rica em antioxidantes, como flavonoides, ácidos fenólicos e carotenoides, capazes de neutralizar radicais livres e reduzir o estresse oxidativo das células. Além disso, folhas e frutos possuem bioativos capazes de aliviar inflamações e favorecer a regeneração do fígado. As folhas concentram triterpenos que reduzem marcadores inflamatórios, enquanto que a fruta diminui enzimas hepáticas lesivas a ponto de estimular a regeneração das células do fígado.
O florescimento da nespereira ocorre em etapas, com variações entre cultivares, o que acaba prolongando o período da safra. Embora seja uma frutífera bastante rústica, seu cultivo requer mão de obra qualificada para o desbaste, o ensacamento, a colheita e a embalagem dos frutos. Nesse sentido, ainda não desenvolvemos tecnologias adequadas para a produção em maior escala. De modo geral, além de ser rica em vitaminas e minerais, a nêspera contribui para a saúde do fígado, auxilia na redução de inflamações e promove um envelhecimento mais saudável. Pois bem, é tempo de nêspera. Para a nossa alegria, a safra deste ano vem forte. Vale a pena aproveitar enquanto durarem os estoques.