Quando falamos em intoxicação, geralmente pensamos em alimentos contaminados. Este tipo de acidentes acontece com bem mais frequência no verão. Entretanto, independente da época do ano, substâncias químicas nocivas ao organismo podem ser absorvidas através do contato com a pele e mucosas, podem ser ingeridos, inalados ou mesmo aplicadas por injeção.

Assim, por exemplo, no inverno, o manejo inadequado de equipamentos que utilizam gás de cozinha, especialmente aquecedores de ambiente ou aquecedores de chuveiro, pode representar risco de incêndio, explosão ou intoxicações até letais. A presença de monóxido de carbono, seja expelido pela combustão de motores ou em situações de incêndios em que a fumaça não se dissipa adequadamente, pode provocar intoxicações graves.

Ao serem utilizadas, as tintas, os solventes ou alguns produtos de limpeza exalam vapores extremamente irritantes e tóxicos. A manipulação de inseticidas e outros defensivos agrícolas em ambientes fechados ou pouco ventilados podem levar à inalação destas substâncias, com consequências muitas vezes desastrosas para o organismo humano. A utilização inadequada de álcool, drogas ou medicamentos sem supervisão médica talvez seja a maior causa de intoxicação domiciliar, que acomete principalmente crianças de baixa idade. Além disto, muitas pessoas com conhecida alergia a lãs, antibióticos ou alguns antitérmicos também têm uma nítida intolerância a determinados alimentos, como camarão, mariscos ou outros.

As manifestações de uma intoxicação variam de pessoa para pessoa, podendo apresentar desde sintomas leves, como dor de cabeça, náuseas, vômitos e tonturas, até sintomas mais graves como alterações do ritmo cardíaco, desmaios ou até cianose (extremidades escuras) ou parada cardiorrespiratória.

A decisão do que fazer em uma situação destas depende tanto da causa que desencadeou o problema, como também da sua gravidade:

No caso de intoxicação por gases tóxicos, deve-se retirar a vítima do local do acidente, transporta-la até um local bem ventilado e mantê-la deitada em uma posição confortável, até que possa ser levada para um hospital.

No caso de intoxicação por produtos químicos ou alimentos, vale a mesma conduta. Tentativas de provocar vômitos, para um esvaziamento gástrico de possíveis substâncias tóxicas, são válidas se a vítima estiver bem lúcida. Em pessoas desacordadas ou muitas agitadas, esta manobra traz o risco de uma aspiração de material gástrico.

Em qualquer caso, uma vez identificado o problema, a vítima de intoxicação deve ser imediatamente transportada para o hospital. O atendimento médico é fundamental, pois em muitos casos, os sintomas da intoxicação podem aparecer mais tarde. Em função disto é de suma importância que se leve a informação sobre o tipo de produto ou alimento ou a forma como ocorreu esta intoxicação.