Venâncio Aires viveu duas semanas especiais na área educacional, com dois importantes eventos voltados à pesquisa estudantil. Na semana passada, paralelamente à Feira do Livro, no Parque Municipal do Chimarrão, ocorreu a 12ª Mostra Municipal de Pesquisa e Inovação (Mompi), que reuniu 33 projetos de escolas de Venâncio. Tive a oportunidade de participar como avaliadora e fiquei muito feliz com o que vi sendo produzido pelos estudantes.
Assuntos das mais diferentes áreas têm motivado trabalhos de pesquisa, independente do nível de ensino – desde as crianças da pré-escola até a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Quando o projeto parte da curiosidade dos alunos e eles se envolvem em todo o processo, o aprendizado é muito mais significativo: há a construção do conhecimento, não apenas decorebas.
Nessa semana, foi possível vibrar novamente ao ver o protagonismo dos estudantes que participaram da 5ª Mostra Venâncio-airense de Cultura e Inovação (Movaci), promovida pelo Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Mais de mil alunos passaram pelo campus entre quarta e sexta-feira, no evento que reuniu em torno de cem trabalhos de pesquisa e extensão.
Quando vejo alunos apresentando projetos, com um grande domínio do conhecimento e brilho nos olhos ao falar sobre o trabalho que desenvolveram, tenho muita esperança no futuro. Além do aprendizado individual, os trabalhos geralmente abordam temas de interesse coletivo. E cidadania se constrói com participação.
Lembro de ter realizado a cobertura da primeira mostra municipal de trabalhos, há mais de uma década, como repórter da Folha do Mate. Na época, vi que se tratava de algo bem especial e pensei que começava um novo momento na educação de Venâncio. De fato, assim aconteceu. Ao longo dos últimos anos, em todas as esferas de ensino – municipal, estadual, federal e privada – o trabalho de pesquisa na educação tem sido muito forte na Capital do Chimarrão. Inclusive, tivemos venâncio-airenses selecionados para levar os projetos a eventos internacionais. O IFSul também oferece uma pós-graduação focada na pesquisa como princípio pedagógico.
Além da atuação dos alunos que se dedicam aos projetos, considero fundamental valorizar o engajamento dos professores que orientam os trabalhos. O educador tem um papel de bússola, orientando direções, e de apoio, permitindo que o estudante busque, investigue e reflita.
Celi, uma leitora assídua do jornal
Na quinta-feira, 31 de agosto, a Folha do Mate circulou como o caderno especial Ruas sobre a Carlos Wagner. Entre as histórias que apresentamos está a da moradora Celi Luiza Reckziegel, 63 anos. Tive o prazer de entrevistar dona Celi e conhecer mais sobre a trajetória da professora aposentada de Matemática e Ciências, que atuou na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dois Irmãos, do bairro Aviação, e nas escolas estaduais de ensino médio Monte das Tabocas, no Centro, e Sebastião Jubal Junqueira, em Vila Deodoro.
Celi é assinante da Folha do Mate há décadas, desde quando ainda morava em Linha Lucena, no interior de Venâncio Aires, e o jornal chegava pelo ônibus. Nas terças, quintas e sábados, dias em que circula a edição impressa da Folha, a leitura do jornal está entre as primeiras atividades do dia. “Acordo cedo, sento, tomo meu chimarrão e leio o jornal”, contou Celi. Para ela, que também é uma ouvinte assídua de rádio, estar bem informada é muito importante. “Mesmo que escuto muita coisa pelo rádio, o jornal sempre traz informações a mais, detalhes, isso é muito bom”, disse.
É muito bom termos esse retorno ‘do outro lado’, dos leitores para quem escrevemos e produzimos conteúdo, diariamente. Saber que somos companhia e uma parte indispensável da rotina é motivo de muita alegria como jornalista. Obrigada, dona Celi e todos os leitores!