Volta e meia, alguma história de Venâncio Aires ganha repercussão nacional. Quase sempre, o viés é negativo ou inusitado. Foi o caso da vítima de tentativa de feminicídio que beijou o réu, durante o julgamento, no início do ano passado.
Nesta semana, no entanto, uma história positiva e muito inspiradora repercutiu, depois de ter sido destaque de capa da Folha do Mate, na terça-feira, 9: o exemplo de Nilza Marques, a faxineira de 54 anos, que é estudante da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e venceu o concurso de poesia da Feira do Livro, depois de ter sido alfabetizada após os 50 anos.
Dona Nilza foi entrevistada pelo site Agora no Vale, de Lajeado; pela rádio Gaúcha, de Porto Alegre; pela RBS TV de Santa Cruz do Sul e também pela Zero Hora – a história dela saiu na contracapa e na página 18 do maior jornal do Rio Grande do Sul, na edição de sexta-feira, 12.
Na manhã de quinta-feira, o poema dela foi recitado, ao vivo, por David Coimbra, no programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Tudo isso, após a Folha do Mate contar a história dela.
Histórias de vida
Valorizar histórias humanas, impactantes e de superação como essa está no DNA do jornalismo local. Quando a professora Silvania Carvalho me falou sobre a história, fiquei radiante com a possibilidade de apresentarmos o exemplo de dona Nilza no jornal.
A entrevista ficou a cargo da repórter Taiane Kussler, que também se emocionou com a história, contada com muita sensibilidade. Na segunda-feira, o repórter fotográfico Alvaro Pegoraro captou toda a simplicidade, a garra e a alegria da dona Nilza pelas lentes fotográficas. A partir daí, a história da moradora do bairro Cidade Nova, que trabalha no laboratório Gassen, chegou à casa dos leitores da Folha do Mate e ultrapassou os limites do município.
“Não tenho mais sossego”
Na sexta-feira, telefonei para dona Nilza para saber como ela estava lidando com a fama. “Não tenho mais sossego. Estou realizada e também um pouco assustada”, confessou ela, ao reforçar que jamais imaginou a repercussão do poema, quando foi incentivada pela professora a escrever e resolveu colocar no papel a sua história.
O que mais me deixa feliz – e ela também – é saber que outras pessoas podem voltar a estudar motivadas pelo exemplo dela. Ao contar para uma vizinha sobre a matéria na Folha do Mate e as outras tantas entrevistas a veículos de comunicação, Nilza soube que a amiga também não sabia ler e escreveu, e ficou com vontade de aprender. “Ano que vem ela vai ir pra aula”, comemora.
Para a admiradora de boas histórias que sou e uma grande incentivadora da educação, essa foi a melhor notícia da semana. Espero que possamos sempre contar histórias de superação e inspirar outras pessoas.
Visita premiada
Participei, nesta semana, da Visita Premiada da Folha do Mate e Terra FM. Por meio do projeto, profissionais dos veículos de comunicação visitam moradores do interior do município, como forma de agradecimento pela audiência. Nas visitas que fizemos a Linha Santana e Linha Andréas, na manhã de quinta-feira, encontrei famílias que assinam o jornal há décadas. Um exemplo foi na casa do professor aposentado Mário Masseroni e da esposa Celita, que têm um jardim de encher os olhos e aquela conversa gostosa e acolhedora de quem mora no interior.
Registro, aqui, o agradecimento por essa parceria e o modo como valorizam nosso trabalho. É uma alegria produzir conteúdo para pessoas que fazem a diferença na comunidade e valorizam o bom jornalismo.