A aregentina Mafalda, clássica personagem de Quino, completou nesta semana, 50 anos. A garotinha de cabelos negros ornados por uma fita e rosto gorducho ficou conhecida por causa de suas contestações e inconformismo com o mundo que lhe serviu de palco durante 1964 e 1973.
Filha de pais de classe média, Mafalda nunca se limitou a problemas típicos da infância e levou o olhar crítico e apurado para questões econômicas e sociais de todo o planeta. Demonstrava ojeriza às desigualdades, às injustiças e à violência da mesma forma que repudiava um prato de sopa. Na direção oposta, colocava Beatles no mais alto dos patamares.
Em sua cidade natal, Buenos Aires, Mafalda virou praça e estátua, uma das atrações preferidas de muitos turistas para as fotos. Mas ela representa muito mais que isso: apesar de ter vivido somente nos desenhos e tirinhas –e uma brevíssima incursão pelo desenho animado–, tornou-se uma referência de seu país, uma das dez figuras argentinas mais conhecidas em todo o mundo no século 20.
O autorQuino é o nome artístico de Joaquín Salvador Lavado, que nasceu em 1932 em Mendoza, no oeste da Argentina. Assim como sua personagem, ele veio de uma família de classe média. Começou a desenhar influenciado por um tio pintor e publicou sua primeira tira em 1954. Exilou-se em Milão, na Itália, em 1976 por conta da situação política de seu país, que se encontrava sob ditadura militar. Mais tarde, passou a viver entre Madrid –tornou-se cidadão espanhol em 1990– e Buenos Aires. Neste ano, ganhou o Prêmio Príncipe das Astúrias. O júri destacou o valor educacional e as características universais de sua obra.
Umberto Eco em “Mafalda ou A Recusa”, de 1969 (texto publicado em 1969 e que ajudou a torná-la famosa mundialmente)
Fonte: UOL