Bastidores da divulgação de uma pesquisa eleitoral

No sábado, 14, a Folha do Mate divulgou a segunda pesquisa eleitoral com a intenção de voto do eleitor venâncio-airense para o cargo de prefeito nas eleições 2024. O Instituto Methodus, de Porto Alegre, é o responsável pelo trabalho, devidamente registrado na Justiça Eleitoral, como exige a legislação.
A exemplo da primeira rodada, foram 400 entrevistas coletadas na cidade e no interior. O resultado repercutiu muito durante o fim de semana da Capital do Chimarrão, mas o que quase ninguém conhece são os bastidores jornalísticos da divulgação da pesquisa.

Quem recebe os dados é o diretor de Conteúdo da Folha do Mate, Sérgio Klafke. Depois, eu e o editor e repórter de Política Carlos Dickow tivemos acesso aos resultados. No momento da foto (acima), na noite da sexta-feira, 13, a edição estava concluída. Dickow, que produziu todas as matérias sobre a pesquisa, tinha acabado de sair da redação e permaneceram no setor apenas eu e o diagramador Auri Wagner, que faria os ajustes finais nas páginas e enviaria os arquivos para a gráfica da Gazeta do Sul, em Santa Cruz do Sul.
Ao longo de todo o dia de fechamento da edição impressa, os quatro profissionais tomaram todo o cuidado para que nenhuma informação vazasse, o que inclui a capa da edição, as duas colunas políticas que citaram dados da pesquisa, o editorial e as quatro páginas dedicadas às matérias com os resultados. No InDesign e Adobe Bridge, programas utilizados para diagramar e visualizar as páginas do jornal, os demais repórteres só conseguiam ver que algumas páginas estavam demarcadas para essa finalidade. Nada ficou salvo no servidor da redação.

Neste pleito municipal, decidimos liberar o conteúdo a partir da meia-noite no site folhadomate.com. Em função disso, não fizemos nenhum agendamento prévio para evitar que textos e gráficos estivessem disponíveis no sistema de gerenciamento do portal. Neste horário, a impressão do jornal estaria concluída e iniciaria o transporte dos exemplares até o local de distribuição, no Centro de Venâncio.

Esse sigilo faz parte de todo o suspense e expectativa que a divulgação de uma pesquisa gera na comunidade. Porém, muito além de garantir exclusividade na publicação dos dados e evitar que o veículo que contratou a pesquisa seja ‘furado’, o trâmite pré-publicação está ligado diretamente à responsabilidade que temos com os partidos, candidatos e, sobretudo, com os leitores.

Cabe observar que são poucos, bem poucos, os veículos locais e regionais que encomendam pesquisas. Geralmente, emissoras e jornais de grandes centros urbanos contratam esses serviços. Além de ser um investimento alto, uma pesquisa sempre coloca em xeque a credibilidade do instituto e do veículo que o contrata. É uma via de mão dupla, que exige confiança. A Folha, por exemplo, realiza pesquisas com a empresa porto-alegrense desde a eleição municipal de 2008.
Com a decisão de divulgar três rodadas de pesquisa nas eleições 2024, mais uma vez reforçamos a imparcialidade e independência do veículo de comunicação. Nosso compromisso é com quem nos lê todos os dias, independente de quem está à frente ou atrás nas pesquisas de intenção de voto.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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