Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateFoto de Alvaro Pegoraro registra camas de concreto citadas pelo repórter Guilherme
Foto de Alvaro Pegoraro registra camas de concreto citadas pelo repórter Guilherme

Ser repórter é ter responsabilidade, é garantir fidelidade dos acontecimentos, é ter ética na divulgação de tudo que fala, escreve, reproduz. Mas ser repórter também é ter sensibilidade para tocar, emocionar, relatar, contar. Para nós que trabalhamos na redação, nada disso é novidade. Amamos ser contadores de histórias e, é isso que nos motiva, a cada manhã, quando chegamos na redação da Folha.

E foi na manhã de ontem que o colega e jornalista Guilherme Siebeneichler, pode vivenciar e transmitir um pouco desta experiência. Ele, junto com o colega Alvaro Pegoraro, acompanhou a visita de uma comitiva à Penitenciária Estadual de Venâncio Aires,que deve começar a funcionar em agosto. Após ouvir as explanações das autoridades e registrar tudo em um bloco de papel, foi a vez de sentar e escrever. Colocar na tela do computador mais do que falas, mas a impressão do que viu e sentiu. O resultado está na reportagem de capa da edição desta terça-feira, 15, onde com muita sensibildiade ele escreve:

Ao entrar pelas portas de aço, as celas com oito camas de concreto, chuveiro e vaso sanitário, demostram a solidão e a escuridão que os apenados irão sentir ao longo de oito horas. Com iluminação controlada pelos agentes penitenciários, a luz artificial fica acessa até às 22h, após, o sol é quem marca um novo dia. O canto dos quero-queros e das caturritas que vivem nos campos e matas em volta, só poderá ser ouvido novamente, na saída, que marca a liberdade.

é de arrepiar, não?! Hoje, na nossa reunião de pauta, que ocorre de segunda a sexta, em voz alta, fiz questão de ler o trecho para os colegas e mostrar o quanto a nossa profissão é envolvente e nos possibilita compartilhar, aprender e mostrar o quê os ‘olhos do repórter’ viu para contar aos nossos leitores.