Há 12 anos, o Internacional sagrava-se campeão gaúcho.

Neste mesmo ano, o Guarani iniciava uma caminhada penosa na disputa do campeonato gaúcho, sem a participação de Grêmio, Inter, Juventude e Pelotas, que jogavam a extinta Copa-Sul-Minas.

Foram seis derrotas e seis empates até a troca de comando técnico. Sai Eugênio Silva e entra Mano Menezes.

Da lanterna isolada e iminente rebaixamento, o time engata uma sequência de vitórias e empates; fecha o returno em primeiro e chega à fase semifinal.

Vitória sobre o 15 de Campo Bom e vaga na final diante do São Gabriel.

O placar agregado (0x0 no Emundo Feix e 0x1 nas Missões) dá o título inédito ao time índio de Venâncio.

A cidade inteira se envolve. Carreata, festa, capas de jornais em todo o Estado. O assunto permanece por vários dias em toda a aldeia.

Num primeiro momento, a mídia vende o peixe de que o vencedor levaria a honra de ser eleito o campeão gaúcho.

Após a conquista, a entidade esportiva maior do RS (Federação Gaúcha de Futebol) e parte da imprensa da capital intitulam o rubro-negro como “Guarani-VA, campeão da primeira fase do Campeonato Gaúcho’.

Na sequência, o Inter entra em campo em apenas cinco vezes e sagra-se supercampeão gaúcho, que para a FGF vale como o principal título no Estado em 2002.

O Colorado vinha de uma sequência sem títulos e isto também pesaria para tal decisão.

é bom lembrar, que paralelamente aos campeonatos estaduais pelo país, todos os clubes disputavam as Copas Rio-SP, Sul-Minas e Copa Nordeste.

As Federações reconheceram os times locais como campeões estaduais e mais tarde, com as entradas dos clubes maiores, aí sim surgiram os supercampeões.

Avaí em SC, Iraty no PR e Caldense em MG levaram a honra de serem campeões estaduais em 2002, assim como em outros Estados como São Paulo, Bahia e Goiás.

Apenas no Rio Grande do Sul o seu campeão, no caso o Guarani de Venâncio, ficou sem menção.

Sem falar do investimento perdido com a isenção da Copa Sul-Minas no ano seguinte, onde o time da capital do chimarrão tinha vaga garantida por ter sido o campeão da seletiva, justamente conquistando esse direito vencendo Avaí, Iraty e Caldense, os mesmos campeões em seus Estados.

Nesta quarta-feira, 17 de setembro de 2014, o Guarani-VA abriu vantagem sobre o Inter B pela Copa Fernandão.

Rui BorgmannInter, do atacante Maurides, deixou o Edmundo Feix derrotado no jogo de ida
Inter, do atacante Maurides, deixou o Edmundo Feix derrotado no jogo de ida pela Copa Fernandão

O gol marcado pelo predestinado atacante Paulinho, aos 47 minutos, garantiu a vitória por 1 a 0, no Estádio Edmundo Feix.

Com isso, o índio tem a possibilidade de empatar em Porto Alegre, na próxima semana, para chegar à final da competição, que leva o nome do maior ídolo colorado, morto em acidente este ano.

Tudo bem que não é o time principal do Inter que disputa a competição, mas certamente o clube de Porto Alegre não desdenharia uma competição intitulada Copa Fernandão.

Doze anos depois, o Guarani de Venâncio Aires, renegado do Gauchão de 2002, volta ao cenário estadual e tem a oportunidade de vingar o Colorado e fazer a final inédita.

Possivelmente contra o vizinho Lajeadense, que não tomou conhecimento do adversário e no jogo de ida aplicou um impressionante 5 a 0 sobre o São José-Poa.

Na rodada de ida e disputa particular entre o Vale do Taquari x Região Metropolitana, 6 x 0 no placar.

FICHA TéCNICA – Guarani 1×0 Internacional

Copa Fernandão – Semifinal – Jogo de ida

GUARANI (1): Rodrigo; Tinga, Carlão Farias, Márcio Nunes e Alê; Henrique, Anderson Feijão, William Ribeiro (Edgar Alemão), Rafael Bitencourt e Carlinhos (Gelson); Matão (Paulinho). Técnico: Fabiano Daitx.

INTERNACIONAL (0): Alisson; William, Tales, Alan e Geferson; João Afonso, Jair, Leandro e João Henrique (Andrigo); Maurides e Aylon (Taiberson). Técnico: Clêmer.

Gols: Paulinho (G), aos 46min/2º T

Cartões amarelos: Márcio Nunes, Edgar Alemão (G) e William (A)

árbitro: Daniel Nobre Bins, auxiliado por Sedenir Martins e Antônio João Albornoz

Local: Estádio Edmundo Feix