O 7 de setembro, que voltou a ter desfiles cívicos, depois de dois anos de pandemia e foi a comemoração dos 200 anos de independência do Brasil de Portugal, gerou uma grande expectativa e muita polêmica. A data foi ‘desvalorizada’ nas últimas semanas pela grande mídia, historiadores, ‘especialistas’, dizendo que o 7 de setembro não era tão importante, que não foi Dom Pedro I, mas sim o povo que proclamou a Independência em 1822, e por aí vai. E a esquerda, que nos seus governos usou bandeiras vermelhas e queimou a bandeira do Brasil nas ruas, agora se vitimiza, reclamando que a direita se ‘apropriou’ do verde amarelo, etc. Triste.
A quarta-feira amanheceu com o Brasil de verde e amarelo nas ruas. Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, reuniram os maiores públicos, mas em muitas cidades brasileiras teve mobilização popular pela data e em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. E como o presidente de República Jair Bolsonaro discursou em Brasília, como fizeram Lula, Dilma, FHC e todos os presidentes em seus governos, a grande mídia taxou de ‘comícios de Bolsonaro’. O que vi na mídia foi chocante; jornalistas se dizendo decepcionados de ver tanta gente de verde e amarelo nas ruas, outros preocupados, orientados certamente, para encontrar qualquer coisa que pudesse denegrir os atos e atingir Bolsonaro. E no JN foi o ápice; logo depois de Bonner e Renata, ‘detonarem’ o presidente Bolsonaro, apresentaram uma manifestação – com jeito de combinada – com Lula se apresentando como se fosse um lorde inglês, coisa que todos sabemos ele não nunca foi. Deprimente. Jornalismo não é isso. Isso é militância. Opinião cada um tem a sua, mas jornalismo tem o compromisso com a verdade dos fatos, de ouvir todos os lados. Mesmo que Bolsonaro tenha ‘pisado’ na bola ao dizer, ao lado da esposa Michele, que era ‘imbrochável’. Ao se dar por conta da besteira, arrematou que falava palavrão, mas que não era ladrão.
Em Venâncio, onde o desfile cívico foi lindo, levando milhares de alunos, professores e famílias para a Osvaldo Aranha pela manhã, em homenagem à Pátria, o Movimento Aliança Conservadora, realizou a tarde, na Praça Henrique Bender, a ‘Praça da Bandeira’, a Mateada da Família, também em apoio a Bolsonaro, com a presença de duas mil pessoas de verde e amarelo, conforme informa Adriano Fagundes, um dos líderes da organização da mateada.
Justiça eleitoral manda retirar outdoor
Na terça, 6 de setembro, a justiça eleitoral determinou a retirada do outdoor instalado pelo empresário Marcolino Coutinho, em terra de sua propriedade, no Acesso Leopoldina, no dia 25 de agosto, com imagem das bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Sul, foto do presidente Jair Bolsonaro, a palavra LIBERDADE e o slogam “Deus, Pátria e Família”. O outdoor, que fora vandalizado no final de semana, quando foi jogada tinta vermelha no rosto de Bolsonaro, foi retirado por Marcolino no mesmo dia, atendendo determinação da justiça eleitoral.
Outros dois outdoors, um também no Acesso, quase na Osvaldo Aranha, e outro na RSC-453, na mesma linha de apoio a Bolsonaro, também tiveram retirada determinada.
O promotor eleitoral Fernando Buttini teve seu pedido indeferido em primeira instância pela juíza eleitoral da 93ª Zona Eleitoral de Venâncio, Sandra Regina Moreira. Buttini então, seguindo orientação do Ministério Público Eleitoral, acionou o TRE que determinou a remoção dos painéis, considerando que são proibidos outdoors de candidatos como propaganda eleitoral.
No feriado o empresário Maciel Marasca instalou, no pátio da empresa da família, no trevo da RSC-287 com a RSC-453, um grande painel com a bandeira do Brasil. A bandeira é um símbolo nacional e pode ser usado por
Leite: 244 pode iniciar em setembro
Eduardo Leite (PSDB), que renunciou ao governo em março para poder concorrer a Presidente e acabou saindo candidato ao governo do Estado, tendo como vice o deputado estadual Gabriel Souza (MDB), cumpriu roteiro de campanha na região ontem. Em Venâncio tomou café da manhã no hotel Guest com lideranças dos partidos da coligação, que inclui PSD, União Brasil, Podemos e Cidadania, reunindo candidatos, prefeitos, vices, vereadores, e apoiadores, em agenda articulada pela vice-prefeita, Izaura Landim (MDB). Depois Leite e Gabriel falaram para a imprensa e visitaram o hospital São Sebastião Mártir, onde foram ver as obras da UTI Pediátrica, para a qual foram liberados R$ 3,6 milhões por Leite, ainda como governador.
Na coletiva Leite destacou a importância do tabaco para região e da necessidade de defender o pequeno produtor. Disse defender a liberação dos cigarros eletrônicos, pois o consumo existe e o produto hoje é todo contrabandeado. Disse também que ainda em setembro podem ser iniciadas as obras de asfalto na RS-244, trecho de 16 km que liga Venâncio, do trevo da RSC-287 com a RSC-453, até Vale Verde, de onde a rodovia está asfaltada até General Câmara, em direção à BR 290, para a fronteira, e BR-116, para o porto de Rio Grande.
Depois seguiram para Santa Cruz do Sul. Leite e Gabriel lideram todas as pesquisas. Se eleitos será a primeira vez que o Rio Grande reconduz um governador ao cargo.
O dinheiro dos nossos candidatos
A Justiça Eleitoral, tem um bem prático e acessível sistema de registro sobre as eleições no Brasil. Um quadro mostra os recursos recebidos por todos os candidatos, para todos os cargos, em todo país.
Dos nossos quatro candidatos de Venâncio, – até ontem, 9, – o ex-vice-prefeito Celso Krämer (Podemos), candidato a deputado estadual, tem a campanha com mais dinheiro e o ex-prefeito Airton Artus (PDT) é o que tem menos dinheiro, até aqui.
Krämer tem registrado recebimento de R$ 303 mil. São R$ 300 mil do partido e R$ 3 mil da esposa Ivanir.
Giovane Wickert (PSB) é o segundo com mais recursos. Tem registrados R$ 107 mil. São R$ 100 mil do deputado federal Heitor Schuch (PSB), que busca reeleição, em dobradinha com Giovane, R$ 7,5 mil do estadual Dalciso Oliveira, candidato a federal, que também faz dobradinha com Giovane, e R$ 6,9 mil de recursos próprios de Giovane.
Airton Artus (PDT) tem a campanha com menor volume de recursos entre os três. Tem registrados R$ 80 mil. São R$ 50 mil do partido, R$ 10 mil de recursos dele, R$ 10 mil da esposa Miriam, R$ 5 mil da filha Luciana, R$ 4 mil do irmão Luiz Paulo e R$ 1 mil da filha Natália.
O limite de gastos por candidato a deputado estadual é de R$ 1.270 milhão.
A candidata a deputada federal pelo Podemos, Silvia Schirrmann, tem registrado o recebimento de R$ 90 mil para a sua campanha, dinheiro recebido do partido.
O limite de gastos para os federais é de R$ 3,176 milhões.
Novo foco nas universidades comunitárias
No painel Gente & Negócios aqui na Folha e Terra, na semana que passou, onde o assunto foi qualificação de mão de obra, o reitor da Unisc, Rafael Henn, citou algumas vezes como as universidades comunitárias estão se adaptando às mudanças, especialmente do pós-pandemia, que mudou muito o dia a dia dos campus.
A Unisc, assim como a Univates, de Lajeado, viveram uma fase de ‘cidades universitárias’, somando, entre alunos, professores e funcionários, público entre 12 e 14 mil pessoas lá em 2014/15. Hoje isso está quase reduzido à metade, de forma presencial.
Rafael cita a reinvenção pedagógica, implantada na Unisc, faz alguns anos, buscando conectar mais a universidade com as comunidades onde atua, trazendo problemas da sociedade, das empresas, para dentro das salas de aula para trabalhar de forma prática o desenvolvimento e formação dos alunos buscando soluções destes problemas na prática. Na quarta, aqui no painel, citou que a universidade está focando em ter mais doutores com experiência prática de mercado na área onde lecionam, como forma de poder oferecer ao aluno testemunhos reais e não só teóricos.
Na quinta, dia seguinte ao painel, realizamos o debate entre os candidatos a governador na Univates, em Lajeado, em parceria com o Grupo A Hora. Lá conversei com Ney Lazzari, que foi reitor por duas décadas, meu colega no prédio 1, na virada dos anos 70 para 80. Ney, hoje presidente da Fundação Univates, – a reitora é Maria Evania Schneider – me contou da reengenharia que está sendo feita. Assim como na Unisc, ficou muito espaço sem uso, pela redução de alunos presenciais e o aumento constante de alunos à distância nos cursos EAD. Mas Ney cita que a redução do Fies, que chegou a ter 731 mil estudantes financiados em 2014 e hoje não chega aos 100 mil, como principal fator do ‘encolhimento’ das universidades comunitárias.
A Univates abriu espaços para abrigar alunos da escola sinodal Gustavo Adolfo, que funciona no mesmo bairro. Mas o grande projeto da universidade é focar forte na área da saúde, onde tem vários cursos. Buscar aproximação com as cidades da região para negociar convênios de gestão e prestação de serviços em postos de saúde, Upa’s e hospitais, é o caminho que Lazzari vê como expansão.
Duas semanas antes do debate, quando estivemos na Univates para tratar da organização, Ney estava reunido com o prefeito de Venâncio, Jarbas da Rosa (PDT), e o secretário municipal de Saúde, vereador Tiago Quintana (PDT), discutindo ações na área da saúde, que estão sendo encaminhadas.
A educação, que de maneira geral seguiu igual, com quadro negro e giz, enquanto o mundo disparou com tecnologia nas últimas duas décadas, corre para recuperar tempo. Unisc e Univates, nossas universidades na região dos vales do Rio Pardo e Taquari, pavimentam caminhos, pois as suas presenças fortalecidas na comunidade regional são essenciais para o desenvolvimento de toda região dos Vales e do Estado.
Notinhas
- Calçadas das esquinas do centro de Venâncio são disputadas por bandeirolas de chão dos ex-prefeitos Airton Artus (PDT) e Giovane Wickert (PSB), candidatos a deputado estadual. O ex-vice-prefeito Celso Krämer (Podemos), também candidato a estadual, trabalha mais fora de Venâncio. Ele diz que vai centrar sua campanha aqui nas últimas semanas de campanha.
- Neste domingo, 11, às 11h, no Poliesportivo do Parque do Chimarrão, tem Assoeva x Cascavel pelas oitavas de final da Liga Nacional da Futsal. Jogão, de encher ginásio para apoiar o time amarelo comandando por Fernando Malafaia. O jogo de volta será em Cascavel, no oeste do Paraná, dia 18.
Do Twitter
- Folha S. Paulo: Bolsonaro usa Michelle, ataca STF e repete ameaças diante de milhares na Esplanada
- UOL: Bolsonaro sequestra bicentenário, pede votos e ataca Lula e pesquisas
- G1: Bolsonaro usa 7 de Setembro para fazer campanha, puxa coro machista e reúne multidões em atos com faixas antidemocráticas
- O Globo: 7 de Setembro: Campanha de Lula vai acionar TSE contra Bolsonaro por atos no Rio e Brasília sob acusação de abuso de poder
- CNN: Atos pró-governo reúnem multidões em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília
- Gazeta do Povo: Bolsonaro leva multidão às ruas e mostra força; rivais vão reagir na Justiça
- Correio do Povo: Moro chama Lula para debate «olho no olho» sobre corrupção
- Lasier Martins: Aumentam os desmandos cometidos por ministros de tribunais superiores, que tomam decisões para impedir ou punir a livre expressão. A Constituição é clara, no art 5º: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Poder supremo é o do povo.