O presidente do Corepe VRP, Luciano Naue, defende a duplicação da RSC-287 com recursos do pedágio e não a federalização. Entende que a federalização com reconstrução da estrada vai levar muito tempo. Ele descreve os fatos e defende sua posição em texto que publico na íntegra abaixo.Penso que se olharmos para o hoje, a duplicação, alargando as atuais pistas aos poucos, com recursos do pedágio, é o caminho. Se olharmos para o futuro, transformar a estrada numa BR é o caminho. São escolhas.
Boa noite amigo SérgioComo sabes, sou um leitor assíduo da sua coluna, e, bem por isso é necessário que façamos alguns esclarecimentos, a bem da verdade e do mais puro jornalismo imparcial como é o seu caso.!A começar dizendo que na reunião do dia 12/05 – em Santa Cruz do Sul na sede da ACI, a reunião foi dirigida por mim, pois, não houve o comparecimento do citado Presidente da EGR, vieram apenas o Diretor Técnico, um engenheiro e a secretária, chegando com uma hora e meia de atraso; e segundo a justificativa para o não comparecimento seria a convocação de última hora por parte da SEINFRA para que o mesmo participasse de uma reunião em Porto Alegre com o Prefeito de Santa Cruz do Sul, que foi até lá “pleitear” algumas melhorias para a RSC 287. Posso te afirmar que houve um tremendo mal estar nos conselheiros, pois, sendo uma reunião do Corepe com a EGR em Santa Cruz do Sul, não seria este o foro ideal para tratar de assuntos da rodovia? Não bastasse esses fatos, todas as informações necessárias da prestação de contas financeiras não foram explicitadas, pois, os que lá estiveram não tinham este domínio, pareceres mal feitos ou duvidosos, enfim, foi uma reunião frustrada em boa parte do tempo.Porém, como na área técnica estava a pessoa certa lá, podemos extrair o que realmente interessa hoje ao Corepe trecho 8 – a duplicação da RSC 287 – quando da informação oficial de que a rodovia está esgotada; aproveitamos para tratar dos levantamentos e do projeto técnico executivo da duplicação desta rodovia, que como já tinham sido iniciados em 2014 estão em fase de conclusão, e, assim foi-nos prometido que em 60 dias estejam sendo apresentados para o Corepe iniciar as apreciações. Cabe ressaltar que a nossa proposição é de que seja feita as duplicações em etapas, o que seria feito inicialmente de Santa Cruz até Venâncio Aires aproveitando o já iniciado trecho de duplicação que compreende 4 quilômetros próximos ao trevo Fritz e Frida onde teremos o viaduto da travessia urbana, projeto este que foi trabalhado, aprovado, licitado e iniciado em menos de 1 ano, com custo de R$ 22 milhões, incluído aqui a ampliação da praça de pedágio de vila Arlindo, a julgar pela envergadura da obra ficou um bom preço, para quem vai a Santa Cruz já nota a diferença na rodovia com esta obra em andamento, e com cronograma para terminar em dezembro de 2015; ressalto ainda de que será todo pago com recursos das praças de pedágio da RSC 287, ou seja, os usuários que transitam pela rodovia é que estão pagando as obras, os recursos estão sendo aplicados na rodovia. Embora muitos usuários apenas trafegam e reclamam, outros tantos se preocupam e fazem solicitações de obras e melhorias, as quais são defendidas pelo COREPE. Chamo a atenção dos usuários de modo geral a informarem sobre quantas obras de porte (viadutos, passarelas, trevos, duplicação ) que foram feitos em 15 anos de concessão do pedágio ? Estamos a um passo de conquistar a tão sonhada e necessária duplicação, mas, para isso devemos ter a clareza de informações e participação de todos no debate, principalmente as autoridades dos municípios da região através de seus prefeitos.Com relação a Federalização, apareceu ao final da reunião quando o Diretor técnico deixou escapar “balbuciando”, alguma ideia longínqua de que poderia ser incluída em tratativas futuras entre os governos estadual e federal para num segundo momento passar estas rodovias às iniciativas privadas as já conhecidas “concessionárias”.E foi quando colocou um juízo de valor na casa dos R$ 300 milhões. Ora, primeiro devemos digerir as informações, mas, de pronto já começo a questionar de onde saiu R$ 300 milhões para duplicar 157 Km de rodovias ? A calcular pelo que sempre tivemos de R$ 1 milhão por Km, seriam R$ 157 milhões, mesmo que duplicada, mas já temos a primeira pista pronta! Depois, num rápido pensamento, como seriam estes contratos de concessão ? A duplicação e renovação da rodovia chegaria primeiro que a alteração das tarifas ? Conheço muito bem as rodovias duplicadas do interior de São Paulo (todas concedidas para iniciativa privada ) carros passam com R$ 9,50 e caminhões chegam em R$ 80,00 – contra os nossos valores aqui na RSC 287 de R$ 5,20 e R$ 18,50 respectivamente.Outro ponto seria a demora para que isto ocorra, pois, sabemos que quando se trata de negociações desse tipo, só na parte de governos, pode durar anos a fio; exemplo disso é a nossa área do PEVA, do Wolfran Metzler, e por aí vai…….a própria entrevista do presidente da EGR ele afirma “não temos um posicionamento sobre os projetos federais, no momento em que houver esta definição iremos avaliar as possibilidades” !Quando isso vai acontecer ? Porém, a forma de duplicação proposta pelo COREPE e que está em projeto é a forma de duplicação nos moldes que foi feito na BR 386 no trecho entre os municípios de Tabaí e Canoas, ou mesmo como funcionou por muitos anos na região de Criciúma em Santa Catarina, ou ainda a BR 116 nos trechos urbanos de Canoas a Novo Hamburgo, onde não se constrói uma pista totalmente nova ao lado da já existente, mas se trabalha os acostamentos alargando as pistas e colocando uma mureta de concreto ao meio para dividir as pistas, fazendo recuos para as paradas de ônibus e como ponto de apoio aos veículos que necessitarem; desta maneira faríamos uma duplicação possível, com custos bem menores e com um curto espaço de tempo; ah e para lembrar que assim não é necessário aguardar recursos de governos “falidos”, pois as arrecadações das praças comportam tais obras, desta maneira em alguns anos estaria toda extensão duplicada, trabalhando os trechos conforme o grau de necessidade e fluxo de veículos; sendo o “gargalo” de Venâncio a Santa Cruz, depois de Santa Cruz a Candelária, depois de Venâncio a Tabaí, e na sequência de Candelária a Paraíso do Sul. Imagino de que a primeira etapa pode estar concluída no mesmo tempo em que os governos vão levar para iniciar as negociações. Não podemos mais esperar soluções que não são viáveis.O momento exige um comportamento sem demagogias e sem hipocrisias, um grande envolvimento das lideranças locais e autoridades; com objetividade e trabalhando com a realidade em que vivemos, num país que nunca foi fácil fazer obras baratas, num país onde sempre interesses políticos estiveram à frente dos interesses do cidadão e da sociedade, o que não podemos aceitar é o retrocesso em acertos ou ganhos, a desconstrução é ruim para a população que acaba pagando a conta.Luciano Naue