Selvino Heck descreve in loco o clima de Brasília na semana.
“Há duas situações quase contraditórias acontecendo neste momento por aqui. Por um lado, o governo e a presidenta Dilma estão navegando em mares tranquilos e em alta. Há uma pesquisa feita aí no Rio Grande, parece que a partir do governo do Estado, que a popularidade da presidenta e do governador estão muito altas. A da Dilma eu acho que sei porque: pelas atitudes firmes dela em relação às questões Inter-Beira Rio-Andrade Gutierrez, a resposta ao Secretário Executivo da FIFA e suas declarações, a postura altiva e soberana no trato com a Primeira Ministra alemã, ângela Merkel, etc. A população gosta deste tom afirmativo.
Por outro lado, há um conjunto de ‘pepinosÂ’ no ar: as relações tensas com o PMDB ou com parte dele; as votações no Congresso como a Lei Geral da Copa e o Código Florestal, as trocas de ministros (e acho que vão acontecer mais algumas), etc.Quase sempre é assim no início do segundo ano do governo. As abóboras se acomodaram razoavelmente no primeiro ano e aí, quando se esperava maior calmaria, surgem novos problemas. Todo mundo já deu um tempo para o governo se arrumar e aí começam novas exigências, busca de mais espaço, como é o caso do PMDB, e assim por diante. Mas nada que não possa ser resolvido favoravelmente. Quando na grande política as coisas vão bem, na pequena política ou nas coisas de varejo, tudo acaba se ajeitando. Problema é quando ao mesmo tempo na grande política e na pequena as coisas vão mal, o que não é o caso”.
E o PMDB deu mostras do estrago de sua infidelidade. Não aprovou no Senado um nome indicado por Dilma para um cargo na ANTT, impondo a derrota do governo, num claro recado. O PT vai ter que ceder espaços seus para o PMDB.
Saúde de Lula preocupa
Selvino também revela que existe preocupação com a recaída na saúde do ex-presidente Lula.
“Há um grau de preocupação na questão da saúde do Lula. Todo mundo achava que nesta época do ano ele já estaria a pleno vapor e não é o que está acontecendo. Como eu sempre digo quando me perguntam: está tudo bem e nos conformes, segundo os médicos, mas câncer é câncer. é preciso paciência e esperar.
Além disso, todos sabem, o Lula não é lá este exemplo de disciplina. Gosta de falar, gosta de fazer política, gosta de receber os amigos.
A preocupação de todos não é tanto a questão política ou eleitoral. Esta se resolve a seu tempo, mas sim com a saúde mesmo.
Mas as notícias que se têm por aqui é que isto tudo faz parte do processo de cura e de não há nada de novo no horizonte”.