Na reunião da Câmara de Vereadores, na segunda-feira, foi rejeitado por nove votos a cinco projeto do Executivo que solicitava autorização para aumentar de 15% para 20% o limite de movimentação de dotações orçamentárias. A justificativa era remanejo de recursos entre dotações orçamentárias para serem utilizadas no pagamento da folha de salários dos servidores municipais de dezembro, no dia 29. Negada esta autorização pelos vereadores, com argumento de que seria para pagar saída de CC’s, a Prefeitura não pode remanejar recursos e alega que os servidores podem ficar sem receber o salário de dezembro, mesmo com dinheiro em caixa.Um segundo projeto, alternativo, solicitando autorização para crédito suplementar de R$ 1.577 milhão acabou sendo retirado pela bancada governista, prevendo que também seria rejeitado. O prefeito Airton Artus (PDT) trabalha com esse projeto como alternativa. O total de folha, com encargos, é de R$ 5 milhões.Como a votação foi entendida como retaliação política pelo prefeito, ele vai buscar apoio dos 1,5 mil servidores para pressionar a aprovação deste projeto na reunião dos vereadores na quinta-feira.Artus, no final do seu segundo governo, paga o preço político por atitudes que teve. Tinha bancada de maioria, com seis vereadores do PDT e dois do PT desde o primeiro governo. Quando rompeu com o PT do vice-prefeito Giovane Wickert, no início deste ano, perdeu este apoio mas passou a ter o apoio de três vereadores do PMDB, mantendo a maioria. No processo eleitoral o PDT fechou dobadinha com o PMDB, com o vereador presidente da Câmara, José Ademar Melchior, o Zecão (PMDB), como vice. Depois desfez a dobradinha e apostou em chapa pura do PDT. Perdeu o apoio do PMDB na Câmara.Além disso ainda perdeu o vereador Telmo Kist, seu líder de governo, que deixou o PDT quando não foi escolhido para ser o candidato a prefeito e se filiou ao PSD e se alinhou com a oposição.A base da oposição em sete anos dos governos Airton foi do PTB com dois vereadores e do PP com um e do PMDB até o início deste ano. Neste último ano inverteu, com a ida do PT para a oposição e o PMDB apoiando o governo na Câmara, em troca da presidência da Casa para Zecão. Sem o PMDB desde a eleição, o PDT ficou com cinco vereadores, mas manteve seis com a filiação de João Sthal, que deixou o Dem para se filiar ao PDT.Hoje a Câmara tem seis vereadores da bancada governista e nove da oposição. Além disso, em alguns projetos, depois da eleição, Cleiva Heck e Neri da Silveira, vereadores do PDT que não se reelegeram, votaram contra o governo. Neste de segunda-feira, Cleiva votou pela aprovação, mas Neri votou novamente contra o governo.Um embate político que precisa ser responsável, pois não pode todo o quadro de servidores ficar sem receber salário por uma questão política de retaliação da oposição na Câmara ao prefeito. Os vereadores ainda tem a oportunidade de garantir que os servidores recebam o seu salário de dezembro, autorizando o crédito suplementar.